A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), deflagrou, na noite dessa segunda-feira (22), a Operação Anjo Protetor e desarticulou um esquema de exploração sexual de adolescentes, no bairro Barramares, em Vila Velha. Um homem foi preso em flagrante.
A ação teve início a partir de denúncias anônimas recebidas pelo Disque-Denúncia 181, que apontavam que um imóvel, aparentemente utilizado como residência, estaria sendo empregado para o aliciamento e a exploração sexual de crianças e adolescentes. As informações foram analisadas pela área de inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), que atuou de forma integrada com a Polícia Civil para o planejamento e execução da operação.
A operação marca também um novo nível de integração entre as forças de segurança do Estado. O subsecretário de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, delegado Jordano Leite, afirmou que a pasta está intensificando o monitoramento e o suporte operacional à Polícia Civil. "A partir de agora, semanalmente, realizaremos operações em períodos noturnos e finais de semana sob supervisão da PCES e da Inteligência. O objetivo é dar velocidade à resposta estatal, garantindo apoio operacional e análise de dados para que a DPCA tenha mais produtividade", pontuou o subsecretário.
O papel fundamental da colaboração cidadã foi reforçado pelo gerente do Disque-Denúncia 181, delegado Paulo Expedicto Amaral, que ressaltou a importância do canal como ferramenta estratégica. "O Espírito Santo é referência nacional em denúncias proporcionais à população. Recentemente, ampliamos esse canal com o lançamento do WhatsApp, aproximando ainda mais a sociedade das forças de segurança. Foi a partir dessa parceria entre a Subsecretaria de Inteligência e a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, e de uma denúncia anônima, com total garantia de sigilo, que foi possível verificar as informações, confirmar a prática criminosa e resgatar três adolescentes vítimas de exploração sexual, além de efetuar a prisão em flagrante do autor", disse Amaral.
O local, que aparentava ser uma residência comum, era utilizado como casa de prostituição. Durante a diligência, os policiais encontraram três adolescentes no imóvel: duas de 13 anos e uma de 14 anos. Segundo o titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegado Marcelo Cavalcanti, o criminoso utilizava redes sociais para atrair as vítimas, oferecendo bebidas e familiarizando-as com o ambiente antes de iniciar a exploração.
"Após o conhecimento da denúncia que chegou até a unidade, instalamos um procedimento de verificação e realizamos um trabalho de inteligência e diligências no local. Quando tivemos informações suficientes, fomos ao imóvel e flagramos o indivíduo com três adolescentes. O perfil das vítimas é de meninas jovens, atraídas pelas redes sociais com conversas e oferecimento de bebidas para que se familiarizassem com o ambiente. Ficou claro na investigação que elas cobravam um valor de R$ 250,00 por programa, e R$ 50,00 desse total era repassado ao explorador. Além das três adolescentes resgatadas, já identificamos mais cinco possíveis vítimas, com destaque para uma criança de apenas 11 anos de idade que estamos trabalhando para identificar formalmente", explicou o delegado.
O delegado também expressou o impacto causado pelas condições de insalubridade em que as adolescentes eram mantidas. "As condições daquela casa eram horríveis, precárias e inimagináveis. O quarto para onde elas eram levadas para os atos sexuais era lastimável, repleto de sujeira pelo chão; até nós, que estamos acostumados a lidar com esse tipo de crime, ficamos horrorizados", disse.
O detido foi autuado por rufianismo, por manter casa de prostituição e, principalmente, por exploração sexual, crime que teve aumento de pena recente na legislação brasileira. "Sobre a situação familiar, as jovens alegaram que os pais não sabiam da atividade, mas fizemos contato imediato com o Conselho Tutelar para que elas recebam a proteção integral necessária, seja com a devolução assistida à família ou o acolhimento institucional", pontuou Cavalcanti.
Após o resgate, as vítimas receberam atendimento do setor psicossocial e o Conselho Tutelar foi acionado. As adolescentes foram encaminhadas às famílias ou a acolhimento institucional, conforme avaliação do órgão.
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