A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) com apoio da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), cumpriu, na última sexta-feira (13), dois mandados de prisão em desfavor de um casal, um homem de 22 anos e uma mulher de 21 anos, investigados por usar fotos da menina Yara Rohsner para criar vaquinhas falsas e arrecadar dinheiro de forma ilícita por meio da internet.
O casal foi preso na localidade de Riacho Fundo I, em Brasília - DF. A menina ficou conhecida durante sua luta contra neuroblastoma, um tipo de câncer raro. Ela morreu em janeiro deste ano, nos Estados Unidos.
As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa nessa segunda-feira (16), na Chefatura da Polícia Civil, em Vitória.
A investigação teve início após o registro da ocorrência feito pela mãe da menina Yara na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC). De posse do mandado de busca e apreensão e dos mandados de prisão, o titular da DRCC, delegado Brenno Andrade, solicitou apoio à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para realizar a operação.
Na residência foi encontrado um computador com uma conta de e-mail vinculada ao perfil da criança sendo utilizado um nome fictício para dificultar a identificação.
O titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade, relatou em detalhes a ação da Polícia para a resolução do caso.
“Havia uma campanha falsa de arrecadação de fundos utilizando a imagem de uma criança que estava em tratamento de um tipo grave de câncer nos Estados Unidos, seus vídeos causaram grande repercussão nas redes sociais, e os criminosos se aproveitaram disso e criaram uma falsa arrecadação on-line utilizando a imagem da menina. Segundo o que foi apurado, foram arrecadados R$ 60.000,00 de forma ilícita”.
Ainda segundo o delegado, a polícia iniciou as investigações, identificou e criminosos que estavam localizados no Distrito Federal e com o apoio da Polícia Civil do Distrito Federal. “Nós cumprimos o mandado de busca e apreensão nessa última semana em Riacho Fundo 1, e também dois mandados de prisão preventiva contra um casal, que era responsável pela prática criminosa. Eles confessaram para a polícia a prática desses delitos, informaram que tinham o hábito de procurar na internet imagens de crianças com graves problemas de saúde para realizar essas arrecadações falsas, afirmaram também que haviam criado outras sete campanhas envolvendo outras crianças e que era arrecadado dinheiro ilícito dessa forma. O caso continua em investigação, vamos identificar as outras vítimas dessa associação criminosa e identificar também o quanto de fato foi arrecadado em dinheiro”, explicou o delegado Brenno Andrade.
A Polícia pediu o bloqueio das contas bancárias dos envolvidos e fará a análise da movimentação financeira dos investigados.
“Não demonstraram nenhum arrependimento enquanto estavam prestando depoimento, acreditamos que eles não tinham noção da gravidade pois estavam desviando dinheiro que era para um tratamento caro, mas fizemos questão de enfatizar para os envolvidos e para a sociedade que esse tipo de ação não ficará impune, a Polícia fará a identificação dos outros criminosos e serão encaminhados à Justiça, como aconteceu nesse caso. Esperamos que eles permaneçam presos durante o inquérito e fiquem por um longo tempo também”, ressaltou Andrade.
O delegado deu dicas para pessoas que costumam participar desse tipo de vaquinha on-line.
“Para as pessoas que participam dessas ações, verifiquem a autenticidade dessas vaquinhas. Analisar as pessoas que estão nessas ações, se a campanha tem algum patrocínio parceiro que faça você confiar nessa ação, e ter cuidado ao fazer a transferência bancária para essa campanha. Tomar cuidado também com informações muito genéricas e sem detalhes, isso é uma possibilidade de oportunistas tentando se passar por uma determinada pessoa para arrecadar dinheiro de forma ilícita”, aconselhou o delegado.
Os envolvidos responderão por associação criminosa e estelionato com a pena que pode variar de quatro a oito anos.
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