Governo do Estado do Espírito Santo
09/10/2025 15h29

DHPP Serra identifica e prende sete envolvidos em homicídio no bairro Feu Rosa

Foto: Adriana Nascimento Amaral / Sicoi PCES
chefe do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), delegado Ricardo Almeida; delegado-geral da PCES, José Darcy Arruda; chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori; cabo Alex Rocha, bombeiro militar (CBMES); cadela Fênix;

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, identificou e prendeu sete homens, com idades entre 20 e 38 anos, e concluiu as investigações do homicídio de Ozenal Honorato Santos, de 36 anos, ocorrido em 26 de abril, no bairro Feu Rosa, na Serra. O corpo da vítima foi localizado em 5 de maio em uma área de mata do bairro, com apoio do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo (CBMES).

Os detalhes da investigação foram divulgados em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (08), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória. O delegado-geral da PCES, José Darcy Arruda, explicou que o crime está relacionado ao 'tribunal do tráfico', prática em que criminosos julgam e executam pessoas com violência extrema, sem oferecer chance de defesa. “Neste caso, o crime ocorreu com requinte de crueldade. A DHPP Serra agiu rapidamente e prendeu todos os sete autores, que agora responderão judicialmente. Mesmo que pensem que ficarão impunes, não ficarão”, afirmou.

A Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra iniciou a investigação após o desaparecimento de Ozenal, recebendo denúncias por meio do Disque Denúncia 181 e analisando depoimentos e aparelhos celulares apreendidos. Com essas informações, a equipe conseguiu identificar todos os envolvidos, com idades de 30, 38, 31, 20, 20, 25 e 20 anos.

Dinâmica do crime

Segundo o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, o homicídio ocorreu em três momentos distintos. Inicialmente, Ozenal teve um desentendimento com um dos autores, após cobrar uma dívida relacionada a um serviço de pintura. Pouco depois, Ozenal urinou em um poste localizado em área de intenso tráfico de drogas, ao lado de uma criança, atitude que desagradou os traficantes locais.

Neste momento, os envolvidos, com idades de 30, 38, 31, 20 e 25 anos, agrediram a vítima com socos, chutes, pedradas e golpes de borracha. Após cerca de cinco minutos de agressões, a vítima foi retirada do local, mas voltou 30 minutos depois, dando início à segunda fase. Nesta fase, os autores utilizaram uma enxada, pedaços de pau, pedras e mangueira para continuar as agressões. 

"O grupo, armado com enxada, pedaços de pau, mangueira e pedras, continuou as agressões contra a vítima, já debilitada. Ozenal foi arrastado até um beco entre as ruas Viático e Pau Brasil e deixado desacordado sob uma árvore por aproximadamente uma hora. Ninguém prestou socorro devido ao temor imposto pelo tráfico local.  Após perceberem que a vítima ainda estava viva, os autores a interceptaram novamente e a levaram para uma área de mata. Um dos autores, de 30 anos, desferiu golpes no abdômen, tórax e clavícula, provocando a morte. Em seguida, os outros participantes, com idades de 20, 20 e 25 anos, enterraram o corpo", disse o delegado. 

Devido às chuvas, o cadáver aflorou três dias depois, sendo novamente enterrado até sua localização pelo Corpo de Bombeiros.  O corpo foi encontrado em uma área de manguezal, onde funcionam brejos e canais de esgoto, em um terreno de difícil acesso. O trabalho da cadela Fênix, do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo (CBMES), foi fundamental para indicar o local exato, permitindo que os bombeiros realizassem a escavação e a localização do cadáver.

“Durante a operação, a cadela Fênix realizou a indicação olfativa do local do corpo, apontando áreas com maior concentração de vestígios humanos. A partir dessa sinalização, iniciamos a escavação controlada, observando cuidadosamente a profundidade e a composição do solo para não comprometer possíveis vestígios forenses. O uso da cadela foi fundamental para reduzir o tempo de localização do cadáver e assegurar a preservação das evidências necessárias para a investigação criminal”, explicou o cabo Alex Rocha, do CBMES. 

Durante a operação de localização do corpo, a integração entre Polícia Civil e Corpo de Bombeiros foi essencial, especialmente pelo uso da cadela Fênix, treinada para detecção de vestígios humanos. “Apesar de os autores terem tentado dificultar a localização do corpo utilizando cal, a cadela Fênix, treinada para detecção de vestígios humanos mesmo em ambientes contaminados ou com substâncias que mascaram odores, conseguiu indicar o local exato. A partir da indicação olfativa, realizamos a escavação de forma controlada, preservando todos os vestígios forenses essenciais à investigação”, informou o Cabo Alex Rocha, do CBMES.    

Prisões e indiciamentos

Foram realizadas duas operações da DHPP Serra para efetuar as prisões. Em 5 de agosto, seis suspeitos, com idades de 30, 38, 31, 20, 20 e 25 anos, foram detidos. O último envolvido, de 20 anos, foi preso em 14 de setembro. Todos os sete foram indiciados por homicídio qualificado pelo motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima, e ocultação de cadáver, e já respondem em ação penal.

O delegado reforçou a importância da participação da população para a elucidação do caso. “Recebemos diversas denúncias via 181, que foram fundamentais para localizar o corpo e avançar na investigação. A colaboração da comunidade é essencial, principalmente em regiões como a Gangue do Poof, conhecida por sua alta criminalidade”, destacou.

Segundo a polícia, há indícios de que outros corpos podem estar enterrados na região, e as investigações continuam em busca de novas vítimas. A DHPP Serra solicita que qualquer informação sobre homicídios ou locais de ocultação de cadáveres seja encaminhada pelo 181 ou pelo perfil oficial da divisão no Instagram (@dhpp.serra), garantindo total sigilo. 


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