A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) Serra prendeu, entre os meses de março e maio deste ano, uma mulher e quatro homens suspeitos de serem autores de um duplo homicídio ocorrido contra o casal Asclepíades Vieira Soares Júnior, de 31 anos, e Laís Paula de Souza, de 25. As vítimas foram assassinadas a tiros e pedradas no dia 30 de janeiro deste ano, durante uma festa no bairro Balneário de Carapebus, na Serra. Os detalhes da investigação e das prisões foram divulgados em entrevista coletiva, nesta quinta-feira (26), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.
As investigações tiveram início logo após o crime. Todos os seis indivíduos que tiveram participação no duplo homicídio foram identificados. O primeiro a ser detido foi um indivíduo de 20 anos, preso em uma operação da DHPP Serra com a Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), no dia 30 de março, no município de Pedro Canário. No dia 14 de abril, uma mulher de 24 anos foi presa no bairro Balneário de Carapebus, na Serra, e, no dia 18, foi detido um jovem de 22 anos, que, na época do crime, gerenciava o tráfico de drogas do bairro Balneário de Carapebus. Por último, no dia 09 de maio, um homem de 23 anos foi preso, também no bairro Balneário de Carapebus, na Serra. Entretanto, um homem de 32 anos, com envolvimento no crime, continua foragido da Justiça.
O titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, informou que o casal assassinado tinha um mandado de prisão em aberto por roubo, praticado no município de João Neiva. Eles se mudaram para o bairro Balneário de Carapebus, na Serra, no mês de agosto de 2021. “Ao se instalarem na localidade, Asclepíades Vieira Soares Júnior começou a fabricar armas de fogo caseiras para os traficantes do bairro. Ele já teria fabricado uma espingarda de calibre .12 e uma submetralhadora calibre .380 para os traficantes do bairro”, explicou Sandi Mori.
Ainda segundo o responsável pela investigação, no dia 28 de janeiro, dois dias antes do homicídio, a vítima de 31 anos foi abordada pela PMES e informou aos policias militares sobre uma residência de um casal de traficantes do bairro Balneário de Carapebus. “Os traficantes ficaram cientes da situação, fizeram uma reunião e o suspeito de 22 anos determinou que o Asclepíades fosse morto. Já a Laís foi morta como ‘queima de arquivo’, pois, se caso sobrevivesse, ela relataria a autoria do crime para as autoridades”, acrescentou o delegado.
Todos os indivíduos já tinham mandados de prisão em aberto, sendo indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe e por meio cruel, com impossibilidade de defesa das vítimas, além de associação criminosa. Eles são réus em ação penal que tramita na 3ª Vara Criminal do Poder Judiciário da Serra.
Homicídio
Na madrugado do dia 30 de janeiro deste ano, as vítimas e alguns dos autores do crime se encontraram em uma festa que estaria acontecendo no bairro Balneário de Carapebus, na Serra. Durante o evento, a mulher de 24 anos e o suspeito de 22 anos fingiram serem amigos do casal. “Além disso, os suspeitos distraiam as vítimas com abraços, dançando e oferecendo bebidas para que não desconfiassem que seriam ser mortos”, contou Sandi Mori.
Por volta das 4h30, o casal saiu da festa abordo de duas bicicletas, sendo seguidos pelos executores do crime em uma caçamba de uma caminhonete. Já armado com uma pistola de 9mm, o jovem de 18 anos realizou diversos disparos de arma de fogo em direção ao Asclepíades, que tentou correr, mas foi alvejando com sete disparos. Já a namorada dele, Laís, foi atingida por dois disparos.
“Como as munições tinham acabado e as vítimas ainda se encontravam vivas, os suspeitos de 18 e 20 anos começaram a desferir vários chutes na cabeça e na barriga do casal. Mesmo atingidos pelos golpes, as vítimas continuavam respirando. Foi quando um dos suspeitos pegou uma pedra e jogou na cabeça das vítimas, que vieram a óbito no local”, informou o delegado.
O suspeito de 20 anos confessou o crime com riqueza de detalhes e delatou a autoria dos demais envolvidos no assassinato. Os outros suspeitos negaram a participação no crime, porém foram contraditórios em várias partes do interrogatório.
“A prisão desses indivíduos representa a desarticulação de um dos grupos mais violentos que atua no município da Serra, responsável pelo tráfico de drogas no bairro Balneário de Carapebus, além de ataques, tiroteio e também homicídios na região”, completou Rodrigo Sandi Mori.
Texto: Brenda Corti, estagiária da Seção de Imprensa e Comunicação Interna (Sicoi)
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