As equipes do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP) e da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), deflagraram, na manhã dessa quinta-feira (21), a operação "Obituary". O objetivo foi desarticular uma organização criminosa que comanda o tráfico de drogas na região da Grande Santa Rita, em Vila Velha.
Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão. Durante a operação, foram detidos nove suspeitos, incluindo o chefe do tráfico e a esposa dele, além de apreendidos armas, dinheiro e veículos. Os detalhes sobre as prisões e as investigações foram divulgados nessa quinta-feira (21), em entrevista coletiva na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.
A investigação foi realizada pelo Centro de Inteligência de Análise Telemática (CIAT) e pela DHPP de Vila Velha, que produziram conhecimentos que permitiram chegar à liderança do tráfico de drogas. “É muito difícil prender em flagrante uma liderança como essa, porque eles não guardam flagrantes, não pegam em armas, não fazem ataques diretamente, apesar de comandar a todos. Conseguimos chegar ao núcleo específico deles, os familiares, que era quem lavava o dinheiro”, explicou o titular do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Romualdo Gianordoli.
O chefe do tráfico de drogas foi preso em um condomínio de alto padrão de luxo, no bairro Itaparica, em Vila Velha. Ele tinha uma distribuidora de bebidas e uma loja de roupas femininas na região, que usava para lavar dinheiro. Na ocasião, cunhada, esposa e tio dele foram presos, desarticulando os principais integrantes da quadrilha criminosa. “Não digo que conseguimos desarticular o Terceiro Comando Puro (TCP), que é a bandeira que eles ostentam, porque o TCP é muito fragmentado. Mas, com certeza, conseguimos desarticular em parte aquela organização que atuava na Grande Santa Rita”, acrescentou o delegado.
Esses componentes do grupo criminoso são investigados por diversos homicídios na região. Já apareceram nas investigações de, pelo menos, 11 incidentes de homicídio e que apontavam também a ostentação de muito armamento. Além disso, eles gostavam de mandar fotos dos alvos que conseguiam matar. Mensagens foram interceptadas e foi descoberto que a organização tinha uma rede de comunicação entre eles.
“Durante cumprimento dos mandados de busca e apreensão, encontramos quatro armas de fogo e dois veículos, além de uma quantia volumosa em dinheiro. Os carros estavam na garagem do líder do tráfico de drogas de Vila Velha e parte do dinheiro estava na casa dele”, relatou Gianordoli.
“Esse grupo é muito violento. Agem geralmente com vários indivíduos dentro do veículo. Eles costumam usar metralhadoras e existem relatos até de fuzil na região. Na Grande Santa Rita, existem alguns pontos polarizados em que o grupo que domina não fecha com esse (TCP). Como são grupos menores, esse maior grupo usa de muita força bélica para atacar esses grupos menores. Eles usam também parceiros para realizar os ataques. É uma organização bem estruturada para atingirem os inimigos”, esclareceu o adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Vila Velha, delegado Alan Moreno de Andrade.
Segundo ele, os criminosos pegam esse dinheiro sujo e transformam em dinheiro limpo para ser inserido novamente na organização. “A partir disso, começam a arrecadar armas de fogos melhores e compram mais drogas. Todos esses fatores fortalecem o grupo e, consequentemente, mais bocas de fumo são assumidas, causando mais homicídios. É um efeito em cascata”, detalhou Andrade.
Redução de homicídios em Vila Velha
O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Marcio Celante, informou que, no mês de abril, 21 homicídios foram registrados em Vila Velha. Já no mês de maio, oito homicídios foram confirmados e nove em junho. Uma força-tarefa com ação de inteligência, realizada por meio de operações qualificadas, possibilitou a prisão de traficantes, a apreensão de armas de fogo e, principalmente, a identificação de lideranças do tráfico de drogas no Estado.
“No Espírito Santo, 80% dos homicídios são realizados com a utilização de arma de fogo e 60% têm envolvimento diretamente com o tráfico de drogas. Por isso, o trabalho de inteligência está centrado na apreensão de homicidas e traficantes, buscando a redução desses homicídios”, pontuou Celante.
Operação "Obituary”
O nome da operação, "Obituary", foi escolhido porque membros da organização criminosa enviavam fotos de rivais mortos para o chefe do tráfico.
Texto: Brenda Corti, estagiária da Seção de Imprensa e Comunicação Interna (Sicoi)
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