A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia de Polícia (DP) de Fundão, concluiu a investigação do latrocínio que vitimou Cláudio Bernardo da Silva, de 58 anos. Ele desapareceu no dia 03 de março, após sair para levar a esposa ao trabalho. O corpo foi localizado no dia 19 de março, enterrado na areia da praia da Barra do Jucu, em Vila Velha.
Dois suspeitos foram identificados. Um deles foi preso no mesmo dia do crime, por outro motivo, pela Polícia Militar do Espírito Santo (PMES). A perícia encontrou vestígios de sangue da vítima no carro utilizado pelos autores. As diligências contaram com o apoio das Polícias Penal (PPES), Militar (PMES) e Científica (PCIES) do Espírito Santo, além da equipe K9 do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES).
As informações foram repassadas durante coletiva de imprensa na tarde da última quinta-feira (10), na Chefatura de Polícia Civil.
O superintendente de Polícia Regional Norte (SPRN), delegado Fabrício Dutra, destacou a importância da integração no combate ao crime. “A resposta foi dada com a força do Estado. As forças de segurança estavam unidas e o recado para a criminalidade é: quem comete esse tipo de crime será identificado e responsabilizado”, afirmou.
Segundo o titular da Delegacia de Polícia de Fundão, delegado Leandro Sperandio, a motivação do crime foi patrimonial, mas havia um histórico de conflitos familiares. “A vítima vinha tentando se reaproximar da família, especialmente da esposa. No entanto, os autores tinham um histórico de desentendimentos com ele. Apesar de manterem um vínculo, o relacionamento era marcado por tensão e episódios de violência”, disse.
O delegado Leandro Sperandio detalhou a frieza dos autores: “Eles agiram com planejamento. Marcaram um encontro com a vítima, entraram no carro dele e, durante o trajeto, cometeram o crime. Depois, se dirigiram à praia da Barra do Jucu, cavaram uma cova na areia e enterraram o corpo com os pés e mãos amarrados e uma corda entrelaçada ao pescoço.”
Durante a investigação, a Polícia Civil utilizou ferramentas de análise de dados e contou com a atuação integrada das forças de segurança. “Em cerca de 20 dias, conseguimos montar toda a cronologia dos fatos. Foi um trabalho intenso e rápido. Utilizamos imagens de videomonitoramento do Cerco Inteligente do Governo do Estado, inteligência da Polícia Penal e o apoio técnico da Polícia Científica. A atuação conjunta foi essencial para elucidar o caso e dar uma resposta à sociedade e à família da vítima”, frisou Sperandio.
O delegado salientou ainda que um dos suspeitos foi preso horas depois do crime. “O segundo envolvido ainda está foragido, mas nós já representamos pela prisão dele e continuamos com diligências para localizá-lo”, explicou.
Sobre a vítima, Sperandio ressaltou: “Era um trabalhador, um motorista que havia reconstruído sua vida e estava tentando manter os vínculos familiares. Infelizmente, foi surpreendido por quem menos esperava.”
A diretora-geral adjunta da Polícia Penal, Graciele Sonegheti, também se manifestou sobre a importância da colaboração interinstitucional durante a investigação. “A Polícia Penal tem se empenhado cada vez mais na troca de informações e na colaboração com as demais forças de segurança. No caso de Fundão, tivemos um trabalho integrado com cada instituição cumprindo seu papel de forma estratégica e coordenada e isso foi crucial para conseguirmos avançar rapidamente na elucidação do caso”, pontuou.
A perícia teve um papel essencial para elucidar o crime. A chefe do Laboratório de DNA Forense (LabDNA), a perita oficial criminal da Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES) Bianca Bortolini Merlo explicou que a atuação da equipe foi fundamental para a análise de diversos vestígios encontrados.
“O trabalho da perícia foi crucial para o sucesso da investigação. Durante a análise do carro utilizado pelos autores, encontramos manchas de sangue da vítima no banco do veículo e também em uma camiseta que foi descartada no local. Esses materiais foram analisados e os exames comprovaram que o sangue pertencia à vítima, o que permitiu estabelecer ainda mais a dinâmica do crime”, detalhou a perita Bianca Bortolini Merlo. Ela acrescentou que o apoio dos exames toxicológicos e o estudo das evidências na cena do crime ajudaram a confirmar as hipóteses da investigação.
Além disso, a atuação da equipe K9 do Corpo de Bombeiros foi determinante na localização do corpo da vítima. O sargento Ricardo da Silva, coordenador do grupamento especializado em cães, ressaltou a eficácia do trabalho com os animais. "O uso dos cães farejadores foi fundamental, pois conseguimos rastrear com precisão o local onde o corpo estava enterrado. O trabalho dos cães é um apoio imprescindível em casos como este, quando há necessidade de localizar pessoas ou vestígios em áreas de difícil acesso, como praias e grandes terrenos", afirmou o sargento.
Ele completou ainda que o treinamento constante dos animais e a sinergia com as equipes de campo possibilitaram um trabalho eficiente e rápido, fundamental para o sucesso da missão.
Preso após a divulgação:
O suspeito, de 36 anos, que estava foragido, foi preso na noite do último sábado (12) pela Polícia Militar do Espírito Santo, no bairro Praia dos Recifes, em Vila Velha, a poucos metros do local onde havia enterrado a vítima.
O homem foi conduzido à 2ª Delegacia Regional de Vila Velha, onde foi dado cumprimento a um mandado de prisão que havia em seu desfavor. Após os procedimentos de praxe, ele foi encaminhado ao sistema prisional.
De acordo com o delegado Leandro Sperandio, a prisão foi resultado da atuação integrada entre as forças de segurança e contou com o apoio da imprensa e da população. “Essa importante prisão nos chama atenção pelo fato de o criminoso ter sido localizado a poucos metros do local onde enterrou a vítima. Isso demonstra a audácia dele ao retornar à cena do crime, mas também evidencia a força das instituições atuando de forma conjunta. A Polícia Militar realizou a prisão, mas com o apoio fundamental da imprensa, que divulgou a imagem do foragido. A partir dessa divulgação, recebemos várias denúncias, o que foi decisivo para localizá-lo”, acrescentou o delegado.
Sperandio disse ainda que a prisão traz alívio à família da vítima, especialmente por se tratar de um crime envolvendo parentesco entre autor e vítima. “Durante o período em que esteve foragido, a família da vítima viveu dias de angústia e insegurança. Agora, com os dois autores presos, as investigações foram concluídas com provas robustas e ambos estão à disposição da Justiça para o devido julgamento”, complementou.
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