Governo do Estado do Espírito Santo
18/09/2023 14h17

Polícia Civil deflagra operação para fiscalizar comércio ilegal de material reciclado na Grande Vitória

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Superintendência de Polícia Regional Metropolitana (SPRM), deflagrou na última terça-feira (05), a Operação Vastum, com o objetivo de fiscalizar o comércio ilegal de material reciclado em toda a Região Metropolitana da Grande Vitória. A ação conjunta contou com o apoio das Guardas Municipais, de peritos da PCES e de empresas de telefonia e energia elétrica do Espírito Santo.

No município de Vila Velha, duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de receptação. No município de Guarapari, cinco pessoas foram presas em flagrante pelo mesmo crime. Quatro dos investigados já foram liberados após o pagamento da fiança. Na ação, foram apreendidos cerca de 670 quilos de fiação metálica, 120 quilos de peças metálicas, 87 metros de fios de telefonia encapados, entre outros.

A operação foi iniciada no começo deste ano em Vila Velha, com o intuito de combater a receptação de metais em estabelecimentos. Ao longo das investigações, a equipe policial direcionou a operação para estabelecimentos de médio e grande porte. Nessa nova etapa da operação, três estabelecimentos foram interditados.

De acordo com as investigações, os moradores de rua têm relação com esses crimes. As empresas que trabalham ilegalmente com a venda dos materiais receptados atraem os moradores para roubar e levar o material até o estabelecimento. Essas empresas repassam os materiais receptados para os estabelecimentos de médio e grande porte, onde os produtos são revendidos para grandes metalúrgicas.

“Com a ajuda da fiscalização da Prefeitura de Guarapari, que nos acompanhou, locais clandestinos foram fechados, pois uma empresa de pequeno porte dentro de um município pequeno causa um grande impacto”, informou a titular da Delegacia Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Guarapari, delegada Rosane Cysneiros.

Segundo o titular do 6º Distrito Policial, delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, as empresas compram metais de origem ilícita, que vêm com notas fiscais verdadeiras, expedidas durante as transações das vendas. “Porém, as notas fiscais são usadas para legitimar a posse de qualquer cobre, isto é, os empresários usam a nota para comprovar a quantidade de cobre que é encontrada no estabelecimento”, disse o delegado.

“Nós só conseguimos identificar como receptado o cobre proveniente de cabos de telefonia, porque os cabos são submetidos a um procedimento de logística reversa, que é quando são retirados pelas empresas de telefonia e descartados em um único local no Estado de São Paulo. Por isso, qualquer cabo de telefonia localizado em ferro velho no Espírito Santo é prova da prática do crime de receptação”, relatou o delegado Guilherme Eugênio Rodrigues.

A compra de metais se assemelha à lavagem de dinheiro, de acordo com o delegado Guilherme Eugênio Rodrigues. “Na lavagem de dinheiro, as empresas são criadas para transmitir um dinheiro de origem ilícita, transformando em uma aparência legal. Já na lavagem de metais, os metais são vendidos de uma pequena empresa para outra, mediante o uso das notas fiscais. Ao final, chegam a grandes metalúrgicas com uma aparência de licitude, o que não corresponde à realidade”, acrescentou.


Texto: Beatriz Paoliello, Estagiária - Seção de Imprensa e Comunicação Interna (Sicoi).

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