A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa) e com o apoio da Superintendência de Polícia Especializada (SPE) e da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic), prendeu, no dia 23 de novembro, um homem de 24 anos acusado de aplicar o “golpe da falsa carta de crédito” em cidadãos da Região Metropolitana da Grande Vitória. O suspeito foi preso em flagrante na sede da empresa, em Vila Velha, enquanto tentava aplicar o golpe em um casal.
Segundo o inquérito policial, o detido é parceiro de negócios do outro sócio, que foi preso pela Polícia Civil no dia 10 de novembro. Essa parceria permitiu que a empresa continuasse com as práticas criminosas, mesmo depois da prisão do outro investigado, o que culminou na diligência empreendida para prender o homem de 24 anos.
No dia da prisão, as equipes da Polícia Civil montaram uma campana próxima à sede da empresa, em Vila Velha, após constatarem que o empreendimento continuava em funcionamento mesmo após uma determinação da Justiça que impedia a empresa de exercer as atividades. O detido de 24 anos havia começado a exercer a função de gerente após a prisão do sócio dele, apontado como o cabeça do esquema criminoso, no dia 10 de novembro.
O homem foi preso enquanto tentava aplicar o golpe em um casal, que optou por não realizar nenhuma representação contra o indivíduo. No local, foi encontrado um contrato do dia 19 de novembro, que continha o nome do dono da empresa que já estava detido nessa data, indicando que o atual gerente estava também falsificando as assinaturas dos documentos. Um adolescente que também se encontrava no local no momento da ação policial informou que era um estagiário e pediu demissão no momento em que descobriu que a empresa estava envolvida em crimes.
O acusado foi encaminhado à Defa para prestar depoimento e, após as oitivas, foi encaminhado para o sistema prisional. As investigações permanecerão em andamento. Segundo o titular da Delegacia de Crimes de Defraudações e Falsificações, delegado Douglas Vieira, a Polícia Civil já tem uma média dos prejuízos sofridos pelas vítimas. “Após escutarmos as vítimas, estimamos que estas tiveram prejuízos que variam entre R$ 3 mil até R$ 90 mil. Com certeza, o montante total já chegou a mais de meio milhão de reais, visto que essa organização está ativa desde o final do ano passado”, relatou o delegado.
Ele também repassou algumas orientações para que a população não caia nesse tipo de crime. “Quando se fala de ‘carta contemplada de crédito’, há uma alta chance de ser um golpe. No consórcio, você é contemplado por um lance ou por um sorteio, ambos realizados por uma grande administradora ou empresa. Se tiver uma carta contemplada, é preciso ter um titular dessa carta, ou seja, o cidadão precisa saber quem é o titular e verificar se ele realmente tem uma carta no banco ou administradora indicada. Depois disso, a negociação pode continuar”, afirmou Douglas Vieira.
“Porém, também é preciso tomar cuidado, pois essas empresas se colocam como grandes administradoras, mas são apenas intermediadoras de negócios. Por isso, é sempre interessante que o cidadão faça uma pesquisa aprofundada sobre a empresa com quem ele está firmando o acordo para não cair em nenhum golpe”, completou o delegado.
O crime
O “golpe da falsa carta de crédito” acontece da seguinte forma: anúncios de veículos são publicados em plataformas de compras on-line, com preços abaixo do mercado para atrair o comprador, que entra em contato com o vendedor. A partir daí o vendedor, que é funcionário da empresa estelionatária, oferece uma linha de crédito para que o interessado possa adquirir o bem.
No caso de a vítima questionar se a negociação seria um golpe, ela era convidada a visitar a sede da empresa, onde conversava com os funcionários e era convencida a assinar um contrato e depositar um valor de entrada. Os funcionários também diziam que, caso a vítima fechasse o negócio e depositasse o dinheiro, ela conseguiria uma “carta de crédito contemplada”.
Depois do depósito, os funcionários informavam um prazo para que o crédito fosse liberado e o bem adquirido. Porém, os prazos eram ultrapassados e os estelionatários ignoravam as tentativas de contato do comprador, que, diante da constatação de que foi vítima de um golpe, buscavam auxílio da Polícia Civil para tentar reaver o dinheiro. De acordo com o Inquérito Policial, mais de 30 pessoas já foram vítimas do golpe e os prejuízos chegam a quase meio milhão de reais.
Texto: Rachel Nunes, estagiária da Assessoria de Comunicação Sesp.
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