Governo do Estado do Espírito Santo
29/04/2025 15h39

Polícia deflagra Operação ‘Marujada’ e prende nove suspeitos ligados ao tráfico e organização criminosa

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), das Delegacias Especializadas e da Subsecretaria de Inteligência (Sei) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), da Diretoria de Operações (Diop) da Polícia Penal do Espírito Santo (PPES) e do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTAer), deflagrou, na madrugada da última sexta-feira (25), a Operação “Marujada”, nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Viana. Ao todo, foram presos nove indivíduos: oito homens, com idades entre 22 e 42 anos (22, 23, 25, 29, 30, 32, 35 e 42 anos), e uma mulher de 21 anos.

Desses, seis foram presos por mandado de prisão e três em flagrante. Entre os detidos, um homem de 25 anos integrava a lista dos mais procurados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social. Além disso, durante a operação, foram apreendidas uma arma de fogo e 58 bolas de haxixe, além de 200 gramas de crack, R$ 8.738,20 em espécie, um carro e uma motocicleta.

A ação teve como objetivo o cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão contra integrantes do Primeiro Comando de Vitória (PCV), organização criminosa subordinada ao investigado Fernando Moraes Pereira Pimenta, conhecido como “Marujo”.

Os resultados e detalhes da investigação foram divulgados em entrevista coletiva realizada na tarde da última sexta-feira (25), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória. 

O coordenador do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), delegado Alan Moreno de Andrade, explicou que o Primeiro Comando de Vitória, o PCV, está vinculado diretamente ao Comando Vermelho (RJ). “Trata-se de uma relação criminosa na qual o PCV atua subordinado ao Comando Vermelho. Assim como há registros de conexões entre o TCP capixaba e o TCP carioca. Infelizmente, essa articulação entre organizações criminosas tem sido observada em diversas regiões do Brasil”, afirmou.

O delegado Alan de Andrade citou que, com o investimento em Inteligência por meio do Ciat, foi possível monitorar que a facção PCV tem tentado tomar áreas controladas por outras organizações criminosas. “Identificamos novas estratégias de dominação territorial, com líderes exibindo armas e promovendo ameaças a grupos rivais, inclusive dentro de sua própria facção. Essa luta por controle territorial não se resume à venda de drogas, embora essa seja a principal fonte de lucro. Há também a dominação de serviços essenciais, como gás e água, além de extorsões a comerciantes”, disse.

O delegado também falou sobre o monitoramento de inteligência realizado após a prisão de grandes lideranças do tráfico de drogas. “Quando efetuamos prisões estratégicas, já prevemos possíveis sucessores nas lideranças criminosas. Essa antecipação é fundamental para conter o fortalecimento de facções. O que estamos fazendo é rastrear indivíduos que integram a alta cúpula e que podem assumir posições de comando. Eles já estão identificados em nossas investigações e vamos capturá-los antes que consolidem o poder. Essa é uma diretriz do Programa Estado Presente: combater preventivamente as lideranças antes que elas se estabeleçam. Sabemos que prender uma liderança impacta diretamente na estrutura criminosa, pois desorganiza a gestão dos pontos de venda de drogas”, disse Andrade.

O coordenador do Ciat explicou que algumas prisões são planejadas com antecedência, desde a chegada dos alvos ao Estado, a partir de estudos, investigações e ações de inteligência. “Já tínhamos informações sobre a movimentação dos alvos, o que possibilitou o emprego de circuito tático com o apoio fundamental de forças especializadas. Contamos com suporte da Subsecretaria de Inteligência (SEI) da Sesp, cujos analistas são altamente capacitados e dispõem de ferramentas tecnológicas decisivas”, frisou Andrade.

O chefe da Divisão Especializada de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), delegado Tarik Halabi Souki, relatou como se deu a prisão de um narcotraficante foragido. “Trata-se de um indivíduo com mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas. Nós chegamos ao bairro Padre Gabriel com a informação de que ele estaria escondido em uma residência. Assim que percebeu a presença policial, ele fugiu, pulando muros e telhados, tentando se esconder em várias casas da região. Foi necessário cercar o quarteirão, com apoio dos moradores, que colaboraram prontamente. Entramos nas residências autorizadas, percebendo que o suspeito quebrava telhas e se escondia em diferentes pontos. Quando conseguimos entrar em uma das casas, ele subia novamente aos telhados, continuando a fuga”, explicou Souki.

“Acionamos um drone, que foi fundamental para localizá-lo em cima de um telhado no centro do quarteirão. A partir dali, acompanhamos seus deslocamentos até o momento em que posicionamos uma escada e ordenamos que ele descesse. Ele obedeceu e conseguimos efetuar a prisão com segurança”, completou o delegado.

O diretor-geral da Polícia Penal do Espírito Santo, José Franco Morais Júnior, comentou sobre a atual condição do detento (“Marujo”), transferido para o sistema federal. “A possibilidade de ele manter comunicação direta com o Espírito Santo é bastante limitada. Hoje, ele está em um presídio federal, onde todas as conversas com familiares, advogados e atendimentos são monitoradas e gravadas. Por isso, acredito que seja bastante difícil que ele consiga emitir qualquer tipo de comando a partir de onde está”, afirmou.

O diretor destacou que o Estado conta com estrutura para manter o custodiado, mas a transferência foi uma medida estratégica. “As autoridades envolvidas entenderam que a ida ao sistema federal era a melhor opção para reduzir ao máximo qualquer possibilidade de articulação criminosa. O objetivo é justamente tornar mais rarefeita essa comunicação com o meio externo”, completou Morais Júnior.

Em relação ao preso que fazia parte da lista dos mais procurados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), o diretor-geral da PPES pontuou que o detido já havia utilizado benefícios do sistema prisional anteriormente. “Ele já havia passado pelo sistema, chegou a ser beneficiado com a saída temporária em 2022, e agora foi detido. Foi uma operação que contou com o uso de drones e apoio aéreo para garantir a captura. O foco agora é garantir que ele continue custodiado e que a tranquilidade seja preservada para a população”, informou.

O piloto policial do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo, NOTAer, delegado Arthur Bogoni, destacou a importância do uso da tecnologia aérea no apoio às forças de segurança. “O NOTAer, como órgão integrado do Estado, é composto por profissionais de diversas forças, e está sempre à disposição para apoiar operações tanto na área da segurança quanto da saúde. Nesta ação, recebemos do delegado Alan Moreno o planejamento operacional e a missão de realizar a cobertura aérea de um perímetro considerado estratégico para a movimentação de criminosos”, explicou.

Segundo Arthur Bogoni, a atuação da aeronave foi fundamental para a efetividade da operação. “Realizamos o apoio aéreo aproximado, com visualização constante da movimentação no terreno. As informações captadas foram imediatamente repassadas às equipes em solo, contribuindo diretamente para o desfecho positivo da ação”, relatou.

Ele também reforçou o papel da plataforma aérea na segurança dos agentes. “Hoje, a atuação se concentrou no bairro da Penha, região com maior probabilidade de confronto. A plataforma aérea garante maior segurança aos policiais e amplia a capacidade de monitoramento, permitindo uma visão estratégica do ambiente operacional”, completou Bogoni.

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