Em meio pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), os profissionais da saúde como médicos e enfermeiros ganharam destaque no enfrentamento ao vírus que infectou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo e causou a morte de mais de 53 mil pessoas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desses números, o Brasil registrou mais de 12 mil casos, sendo 553 vítimas fatais, de acordo com o Ministério da Saúde. Mas não é somente em hospitais e em consultórios que os médicos podem atuar. A carreira do médico-legista- cuja data é celebrada no Brasil no dia 07 de Abril, é um exemplo da diversidade que a profissão oferece.

Foi exatamente isso que aconteceu com o atual diretor do diretor do Departamento Médico Legal (DML) e médico-legista, Wanderson Lugão. Atuando na carreira desde 2014, ele conta que o amor pela profissão de médico-legista começou bem antes.

“Em 2007, iniciei minha carreira na Polícia Civil como auxiliar de perícia médico-legal e no mesmo ano comecei meu curso de medicina. Durante toda a graduação, eu tive a oportunidade de conhecer melhor a profissão de legista e me identifiquei desde o início. Após muitos plantões no DML e aulas na faculdade, conclui meu curso em 2012. No mesmo ano foi publicado edital de concurso para a Polícia Civil e então, em abril de 2014, tomei posse no cargo de médico legista”, lembrou.

Responsável por fazer avaliações clínicas em pessoas vivas, necroscópicas em cadáveres e coletas de materiais para análise laboratorial especializada, o médico legista é peça imprescindível para auxiliar no trabalho da Polícia e da Justiça, pois fornece dados para o esclarecimento de crimes. 

No Espírito Santo, esse profissional compõe a Superintendência de Polícia Técnico-científica (SPTC), parte integrante da estrutura da Polícia Civil. “É uma profissão bastante interessante, que gera muita curiosidade nas pessoas e exige muito conhecimento técnico-científico para buscar os vestígios durante os exames de corpo de delito e materializá-los com a prova pericial”, enfatizou Lugão.

Em relação aos desafios, principalmente em tempo de pandemia, o diretor do DML ressalta que são constantes e, infelizmente, se renovam a cada tragédia. “Os médicos legistas precisam buscar sempre estar atualizados nas técnicas e no conhecimento teórico, além de estar preparados para lidar com as adversidades para, dessa forma, fornecer à Justiça o melhor trabalho que puder, contribuindo assim para a redução da violência. Como diariamente tratamos de mortes violentas e exercemos uma atividade que exige muitos cuidados com a nossa saúde, nós estamos sempre observando isso, no entanto, em tempo de pandemia, estamos enfatizando ao máximo esses cuidados para que nossos profissionais adotem todos os procedimentos possíveis para sua proteção individual”, relatou.

Respondendo pela chefia do DML desde agosto de 2017, Wanderson Lugão conta que em razão do novo Coronavírus, foram adotados alguns procedimentos em relação ao atendimento à população. “Reduzimos a aglomeração na recepção, estamos fazendo atendimento sem acompanhantes e recentemente criamos o serviço de WhatsApp para ajudar familiares no reconhecimento de cadáveres não identificados há mais de 30 dias. Atuar na chefia do Departamento é uma função que demanda muita responsabilidade, principalmente nos últimos dias, mas continuo exercendo com afinco, sempre buscando o melhor para a administração, para os servidores e, principalmente, para a população, que chega fragilizada ao serviço, seja por ter sofrido algum tipo de violência ou por ter perdido um ente querido”, enfatizou.

Dia do Médico Legista

A data surgiu no ano de 1886, com a aprovação da lei nº 18, que oficializa a perícia médico-legal no Brasil, sob assinatura do conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, então presidente da Província de São Paulo.

Dia Mundial da Saúde

O dia 07 de Abril também marca o Dia Mundial da Saúde. Criado pela Organização Mundial da Saúde, juntamente com a sua fundação, em 1948, a data tem como objetivo promover a conscientização da população sobre os cuidados para ter qualidade de vida. 

Texto: Fernanda Pontes

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