A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio do 5º Distrito Policial de Vitória, em conjunto com a 12ª Companhia Independente da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), prendeu quatro integrantes de uma associação criminosa que operava o tráfico de drogas no condomínio Atlântica Ville, em Jardim Camburi, Vitória. Segundo as investigações, os criminosos usavam violência para intimidar os moradores, destruíam câmeras de segurança e até impediam a realização de serviços públicos no local.
As informações foram divulgadas em coletiva na última quinta-feira (24), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.
O delegado Fabiano Rosa, titular do 5º Distrito Policial, destacou a complexidade das investigações. “O condomínio Atlântica Ville é um condomínio aberto no bairro Jardim Camburi, com mais de 3 mil moradores. A PMES, por meio do serviço de inteligência da 12ª Companhia Independente, realizou levantamentos desde 2022”, afirmou.
As investigações se intensificaram com uma operação deflagrada em 21 de junho, que cumpriu mais de 12 mandados. “Iniciamos o inquérito no começo do ano para apurar os fatos e identificamos o grupo criminoso responsável pelo tráfico e ameaças aos moradores. Após pedidos de busca e apreensão, conseguimos apreender uma motocicleta usada no tráfico e R$ 9 mil na casa de um investigado. O celular do suspeito de 29 anos continha dados que o ligavam ao bairro da Penha”, disse Fabiano Rosa.
No dia da operação, o grupo expulsou um morador do condomínio, suspeitando que ele fosse informante. Os suspeitos também agrediram um usuário de drogas que devia R$ 120, e, no dia seguinte, intimidaram a mãe do rapaz, uma idosa, e deram um tapa no rosto dela, posteriormente subtraindo sua televisão. “É um grupo violento, que usava de ameaças constantes contra os moradores. Um dos suspeitos, de 29 anos, liderava o tráfico na região. Ele já tinha diversas passagens pela polícia, mais de nove, e sobreviveu a uma tentativa de homicídio com 12 disparos de arma de fogo. Esse suspeito liderava o grupo, enquanto outros se dividiam em funções — um guardava o dinheiro, outro fazia a segurança, e havia quem realizasse as vendas. Inclusive, usavam uma banca de verduras e frutas dentro do condomínio para armazenar o dinheiro arrecadado com o tráfico”, explicou.
A prisão do suspeito de 18 anos foi cumprida na sexta-feira à noite, em Camburi, e a do suspeito de 44 anos em Guarapari. O suspeito de 29 anos já estava preso desde 1º de setembro, com prisão convertida para preventiva.
O delegado Fabiano Rosa explicou a dinâmica do grupo dentro do condomínio, ressaltando como eles influenciavam a vida local. “A gente percebeu que estava havendo uma evolução no controle do que seria adquirido. Eles decidiam, por exemplo, onde comprar o gás e quais serviços públicos poderiam ser fornecidos no local”, informou.
Rosa mencionou um incidente em que os traficantes determinaram a paralisação do serviço e expulsaram os funcionários da prefeitura que estavam realizando a poda das árvores: “O grupo criou regras, mas o Estado se fez presente, e hoje podemos afirmar que o tráfico de drogas não existe mais naquela área.”
Além disso, o grupo criou um clima de intimidação que fazia com que muitos moradores temessem colaborar com a polícia. “Muitas pessoas não queriam passar informações para a polícia por temerem a violência desse grupo. Você vê que é um grupo violento que espanta e expulsa moradores do local. Contudo, com a evolução da investigação, a equipe conseguiu reunir informações suficientes para identificar os crimes cometidos”, declarou.
Eles vão responder por tráfico, associação para o tráfico de drogas, roubo, extorsão e lavagem de dinheiro. “Somando as penas, temos um total de 55 anos de prisão”, frisou Fabiano Rosa.
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