O chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado José Lopes, representou a Polícia Civil do Espírito Santono 1º Encontro sobre a Investigação de Homicídios no Brasil, realizado nos dias 24 e 25 de novembro, em São Paulo. No evento, José Lopescompartilhou as experiências de mais de 20 anos como delegado e quase seis como chefe do Departamento.

O encontro, promovido pelo Instituto Sou da Paz em parceria com a Fundação Friedrich Ebert (FES), reuniu delegados, investigadores de polícia, peritos e especialistas sobre a investigação de homicídios de diversos estados brasileiros. O objetivo foi debater os avanços e desafios no âmbito da investigação dos crimes contra a vida no país.

A pauta levantou temas como estrutura física de delegacias, arranjo institucional, organização das equipes e distribuição de tarefas, integração entre diversos departamentos, procedimentos de investigação, mensuração de resultados e desafios para a elucidação de homicídios.

“Foi uma importante troca de experiências, em que pudemos expor as metodologias utilizadas em cada Estado para a elucidação de homicídios. O Espírito Santo, por exemplo, está na vanguarda quando o assunto é a transmissão de informações. Utilizamos um formato de registro online que não tem igual no Brasil”, explicou José Lopes.

Para Lopes, a preservação do local do crime e a normatização de procedimentos são os grandes desafios para o avanço na elucidação de homicídios. No encontro, o delegado pode constatar que outros estados enfrentam os mesmos problemas.

Com a troca de informações, o objetivo é redigir um documento que possa balizar o estabelecimento de normas e procedimentos, de forma a orientar as polícias de todo o Brasil.

Experiência Capixaba

Especialistas em investigação criminal defendem que 60% da investigação de um homicídio depende da análise da cena do crime. O chefe do DHPP vai além, afirmando que as primeiras 24 horas após o crime são primordiais para a elucidação do caso.

Por isso, o Relatório de Investigação de Local de Crime (RILC) online, implantado no DHPP do Espírito Santo em 2015, se tornou ferramenta fundamental para o trabalho da polícia capixaba. A iniciativa foi apresentada no encontro e bem recebida por profissionais de outros estados.

“O policial que vai à cena do crime pode fazer um relatório detalhado, inclusive anexando imagens, mídias e georreferenciamento. Este relatório pode ser acessado pelo investigador que vai dar continuidade ao caso sem prejuízo de informações. Nenhum detalhe é perdido. Foi assim que o Espírito Santo resolveu a questão da continuidade da investigação”, detalhou Lopes.

A metodologia gera resultados importantes na redução da criminalidade violenta. No acumulado de 01 de janeiro até 27 de novembro deste ano, o Espírito Santo registrou uma redução de 13% nos casos de homicídios dolosos. Foram 881 em 2019, contra 1016 em 2018. O número representa a menor quantidade de assassinatos no Estado desde 1996, mantendo a tendência de redução nas mortes violentas neste ano.

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