A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas (DEPD), prendeu, nessa terça-feira (20), um homem de 44 anos, suspeito do desaparecimento de Sara Serra dos Santos, de 20 anos, ocorrido no dia 13 de novembro de 2022. O indivíduo foi preso por força de mandado de prisão preventiva no bairro Serra Dourada III, no município da Serra. Durante as buscas na residência do suspeito, foram encontradas roupas, fotografias, além de crachás e outros objetos pertencentes à vítima.

O resultado da investigação foi apresentado em coletiva de imprensa, que ocorreu na tarde dessa quinta-feira (22), na Chefatura de Polícia, em Vitória.

O delegado-geral da Polícia Civil (PCES), José Darcy Arruda, destacou a importância das ações rápidas e eficazes no caso de desaparecimento de pessoas, enfatizando a necessidade de procurar imediatamente a delegacia mais próxima.

“Não há um protocolo de 24 horas para iniciar a busca de uma pessoa desaparecida. Assim que a família reportar o desaparecimento, é crucial procurar a delegacia imediatamente. Se um idoso com sinais de Alzheimer ou problemas mentais desaparecer, é recomendável usar uma pulseira com informações de contato, pois ele pode perder a noção de onde está e não saber como voltar. Também é importante ter cuidado com crianças que podem se perder ou ser levadas por terceiros. Em casos de abusos ou conflitos familiares, adolescentes podem fugir de casa e é vital agir rapidamente para proteger essas pessoas", ressaltou José Darcy Arruda.

O delegado-geral da PCES também abordou o desafio das investigações baseadas em provas indiretas: "Quando um corpo é encontrado, temos uma prova direta do crime, o que facilita a investigação. No entanto, nos casos em que não há um corpo, a investigação se baseia em provas indiretas. Isso requer uma abordagem minuciosa, analisando todas as informações e evidências disponíveis para construir uma hipótese sólida sobre o desaparecimento. É um trabalho detalhado e complexo, mas essencial para resolver casos que não há evidências diretas."

O titular da Delegacia Especializada de Pessoas Desaparecidas (DEPD), delegado Luiz Gustavo Ximenes, relatou a investigação em torno do desaparecimento de Sara Serra dos Santos, que teve início após o registro de um boletim de ocorrência em 2022. A investigação apontou para o detido, que mantinha um relacionamento conturbado com ela.

Durante a apuração, as imagens de câmeras de segurança mostraram o indivíduo saindo da residência várias vezes, o que contradizia suas declarações à Polícia, ao afirmar não ter saído da casa dele. "Além disso, ele apresentava uma lesão na face, indicativa de uma possível luta, mas recusou-se a fazer exame de corpo de delito", disse o delegado Luiz Gustavo Ximenes.

Ainda de acordo com Ximenes, com base nessas evidências e na inconsistência do depoimento da suspeita, a Polícia obteve mandados de busca e apreensão, além da prisão preventiva dele. "Durante a busca na residência do indivíduo, foram encontrados objetos pessoais de Sarah, como fotos e roupas, fortalecendo a ligação dele com o desaparecimento dela. Apesar das evidências, ele manteve-se sereno e negou envolvimento", relatou o delegado. 

A investigação revelou ainda um histórico criminal do indivíduo, que incluía ameaças e perseguição, principalmente em casos de violência doméstica contra ex-namoradas. "Sarah, antes de desaparecer, havia expressado a preocupação de que algo poderia lhe acontecer, indicando o detido como o responsável em tal situação", contou o delegado Ximenes.

O detido responderá por ocultação de cadáver e por homicídio qualificado por motivo torpe, cometido por razões de condição de sexo feminino (feminicidio). A Polícia continua trabalhando para localizar o corpo de Sarah e reunir todas as provas necessárias para esclarecer o caso.


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