Governo do Estado do Espírito Santo
19/11/2025 17h31

DHPP da Serra conclui investigação de triplo homicídio e cinco tentativas

Foto: Adorisio Leal / Sicoi PCES
superintendente de Polícia Especializada (SPE), delegado Agis Macedo; delegado-geral adjunto da PCES, José Lopes; chefe do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), delegado Ricardo Almeida e, o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori.

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, concluiu as investigações sobre o triplo homicídio que vitimou Marcelo Henrique dos Santos Silva, Tiago Azevedo e Marcos Vinícius de Souza Rodrigues, além de três tentativas de homicídio registradas no mesmo ataque. Também foram apuradas duas tentativas de homicídio contra policiais militares, totalizando oito vítimas. O crime ocorreu no dia 11 de julho, na Avenida Brasil, bairro Novo Horizonte, na Serra, em frente a uma distribuidora de bebidas.

Ao todo, oito suspeitos foram identificados e se tornaram réus, sendo cinco deles já presos e três foragidos. No processo também há a prisão de um advogado apontado como responsável por transmitir recados e cartas relacionadas ao tráfico de drogas e a homicídios. Os indícios surgiram após a análise de conteúdos extraídos de um celular apreendido durante as diligências.

Outros detalhes foram apresentados em coletiva de imprensa nesta terça-feira (18), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.

De acordo com o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, um homem conhecido como “2B”, preso desde 2017 por tráfico e associação ao tráfico de drogas, foi o responsável por ordenar o ataque.

“Mesmo detido, ele comandava o tráfico de drogas no Morro da Garrafa, território atualmente vinculado ao TCP. A motivação do crime foi um “golpe de estado” dentro do tráfico. Um criminoso que atuava no bairro Novo Horizonte havia deixado o sistema prisional e, para se reerguer, contou com o apoio de um traficante do Morro da Garrafa. Após retomar o espaço, esse indivíduo passou a atuar com “Serginho Cauê”, foragido no Rio de Janeiro e membro do PCV. Juntos, eles “travaram” a circulação de drogas dos traficantes do Morro da Garrafa, o que gerou o ataque como demonstração de força e tentativa de retomada territorial”, explicou.

Ainda segundo Sandi Mori, 2B repassou a ordem ao seu líder operacional, conhecido como “Barata”, responsável por organizar a logística do ataque, identificar os executores e fornecer as armas utilizadas.

“No dia 11 de julho, dois veículos deixaram o Morro da Garrafa por volta das 20h: um com os seis executores e outro conduzido por Barata, transportando as armas. Os grupos seguiram para a Serra e iniciaram o ataque. Durante a ação, os suspeitos efetuaram disparos de dentro do carro, atingindo Marcos Vinícius, que morreu no local. Marcelo tentou fugir, mas foi alcançado e baleado 14 vezes. Outras três vítimas, sem envolvimento com o tráfico, também foram atingidas: um casal que havia acabado de chegar para comer um pastel foi surpreendido pelos tiros. Tiago morreu com um disparo na cabeça, e a esposa dele foi baleada no braço. Um motoboy que estava na esquina também foi ferido por dois disparos”, disse.

Ao todo, foram efetuados 54 disparos. Após o ataque, os suspeitos fugiram em um dos veículos, mas foram perseguidos por uma viatura da Polícia Militar que atendia outra ocorrência próxima. Durante a fuga, eles atiraram contra os policiais e abandonaram o carro em uma área de mata.

“Uma das vítimas baleadas conseguiu pedir ajuda a moradores. Dois suspeitos foram presos em flagrante, enquanto quatro fugiram e solicitaram uma corrida por aplicativo”, contou Sandi Mori.

No avanço das investigações, a Polícia Civil identificou os seis executores e o intermediário do crime, preso em setembro no Morro da Garrafa. A partir da análise dos dados do celular apreendido com ele, os agentes chegaram ao advogado.

“O advogado auxiliava a organização criminosa atuando como mensageiro e intermediário de ordens. Ele extrapolou suas prerrogativas profissionais ao facilitar a comunicação entre integrantes do grupo criminoso por meio de cartas”, informou.

De acordo com o delegado, a equipe apreendeu uma carta enviada por Barata ao 2B por meio do advogado, abordando movimentação financeira, auditoria interna do tráfico, gerenciamento de armas e munições e outras informações operacionais. “No mesmo dia em que levou o recado, o advogado visitou 2B durante duas horas no presídio. Em seguida, repassou uma nova carta com orientações de 2B para Barata, incluindo ordem de homicídio. Entre fevereiro e setembro, o advogado visitou 2B, 35 vezes, algumas delas com duração superior a cinco horas, e sem atuar oficialmente em nenhum processo do detento”, pontuou.

Após a representação da polícia, foi decretada a prisão temporária do advogado, cumprida em novembro no escritório dele. Durante as buscas, acompanhadas pela OAB, foram apreendidos dois celulares, R$ 14 mil em espécie, uma pistola calibre .380, 75 munições e diversos recados vindos do sistema prisional, incluindo um destinado ao chefe do tráfico de Carapina Grande.

O advogado foi indiciado por organização criminosa, com aumento de pena pelo emprego de arma de fogo. Os outros oito investigados foram indiciados por triplo homicídio qualificado, tentativas de homicídio, dupla tentativa contra policiais militares, receptação e organização criminosa. Todos respondem na 3ª Vara Criminal do Júri da Serra.

 

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