A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, prendeu uma mulher de 35 anos, ré pelo homicídio de uma travesti ocorrido em 26 de setembro de 2022, no bairro Jardim Limoeiro, na Serra. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (16), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória.

O delegado-geral adjunto da PCES, José Lopes, destacou o empenho da equipe da DHPP da Serra: “Sabemos o quanto a equipe da DHPP vem se esforçando. Mesmo quando o crime ocorre em fins de semana e feriados, a equipe não para. Isso, para nós, é motivo de orgulho”, afirmou Lopes.

De acordo com o chefe da DHPP da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, a suspeita mantinha um relacionamento amoroso com um homem que, à época, era dono de um prostíbulo onde mulheres e travestis alugavam quartos para programas. "Na noite do crime, a vítima realizou um programa e, ao final, subtraiu o celular de um cliente. Em seguida, tentou vender o aparelho a várias pessoas, mas não conseguiu. Ao saber do ocorrido, a suspeita ficou revoltada, temendo que a presença da polícia no local prejudicasse o comércio do namorado", explicou o delegado.

Ainda de acordo com o delegado, a acusada, vestida de preto, com boné e armada com um facão, atacou a vítima com 13 golpes, atingindo o tórax e as costas. "A vítima ainda tentou fugir, mas caiu logo adiante. A agressora se aproximou novamente e desferiu mais quatro golpes, que atingiram o rosto, a orelha e a lateral da cabeça, causando a morte no local. Após o crime, a suspeita tentou arrastar o corpo por alguns metros, mas desistiu e deixou o local", disse.

Segundo o delegado, a identificação da autora foi difícil, pois ela era temida na região conhecida como “Copo Sujo”, em Jardim Limoeiro. “A suspeita é extremamente ciumenta e possessiva em relação ao namorado. Qualquer pessoa que se aproxima dele é ameaçada com facão, agredida ou expulsa do bairro. Ela já tem passagens por furto e tráfico de drogas”, relatou Sandi Mori.

Durante investigações de outros homicídios e tentativas de homicídio na região, a equipe da DHPP mapeou mulheres com características semelhantes às da autora. Testemunhas que frequentavam o local reconheceram a suspeita em imagens de câmeras de videomonitoramento.

Com base nas provas e depoimentos, a DHPP representou pela prisão temporária da mulher, que foi cumprida em setembro deste ano, também na região do Copo Sujo.

Na delegacia, ela negou o crime, mas o inquérito reuniu elementos suficientes para o indiciamento por homicídio qualificado, por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. A mulher já responde à ação penal na 3ª Vara Criminal do Júri da Serra.

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