A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, prendeu um homem de 24 anos, réu pelo homicídio do motorista Antoniel Soares da Paixão, de 55 anos, ocorrido em agosto deste ano, na Serra.
A vítima havia sido expulsa de sua residência por traficantes e retornou ao local meses depois para vender o imóvel, sendo dada como desaparecida desde o dia 18 de agosto, no bairro Maringá, na Serra. O corpo de Antoniel foi encontrado dois dias depois, em 20 de agosto. Ele estava amarrado a uma pedra e submerso no local conhecido como 'Penicão de Maringá', localizado no bairro Barcelona na Serra.
Os detalhes da investigação foram divulgados em coletiva na manhã dessa terça-feira (08), na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória, após o detido se tornar réu em ação penal.
O chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, destacou que a vítima era um pai de família, trabalhador e sem qualquer envolvimento com o crime, e reforçou o compromisso da Polícia Civil com a rápida resolução de casos dessa natureza.
“Nove dias após o desaparecimento da vítima, o crime foi elucidado e o suspeito foi preso, o que demonstra que crimes como esse não ficarão impunes no município da Serra. Quem dita as regras é o Estado e não o tráfico”, afirmou o delegado.
O delegado ainda ressaltou que a Polícia não permitirá o surgimento de poderes paralelos nas comunidades. "Se isso acontecer, nós iremos investigar, entrar nesses locais e realizar as prisões necessárias para restabelecer a ordem para a retomada da paz social", reforçou.
De acordo com o adjunto da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Pedro Henrique, a vítima morava em Maringá, no município da Serra, onde tinha uma chácara. Ele mantinha uma boa convivência com seus vizinhos e era bem-conceituado na comunidade onde vivia.
Segundo o delegado, embora tivesse um bom relacionamento com os vizinhos, a vítima estava muito incomodada com o tráfico de drogas na área. "Ele estava incomodado, porque utilizavam a chácara dele, que era anexa às casas, para a prática do tráfico de drogas e para a fuga de ações policiais", explicou.
Segundo as investigações, inconformado com a situação, o motorista foi até os criminosos para pedir que os crimes parassem, mas isso foi visto como uma afronta. Ele foi expulso do local sob ameaça de morte, caso retornasse.
Dois meses após ser expulso, Antoniel começou a negociar a venda da chácara, o que o levou de volta ao local, acompanhado de um comprador. “Assim que chegou, o acusado, de 24 anos, o encontrou, passou a agredi-lo e afirmou que cumpriria a promessa de matá-lo. O preterido comprador tentou defender Antoniel e entrou em luta corporal com o réu, o que deu tempo para que o motorista fugisse em direção à zona de tratamento de esgoto do bairro Maringá, conhecida como Pinicão de Maringá”, disse.
Um adolescente do grupo do réu avistou a vítima fugindo e avisou ao acusado, que deixou a briga com o comprador e foi atrás da vítima. “Próximo ao Penicão, o réu, com um pedaço de madeira, desferiu várias pauladas na cabeça de Antoniel, levando-o a óbito. Ele ainda amarrou as pernas do motorista a uma pedra e lançou o corpo no Pinicão, com a intenção de escondê-lo”, detalhou o delegado Pedro Henrique.
Após o crime, o acusado e o adolescente levaram o carro da vítima até o local onde o corpo foi jogado e depois foram para a casa do menor, onde usaram drogas. O comprador da chácara conseguiu fugir e avisou a família do ocorrido.
Sobre a prisão do suspeito, o delegado Pedro Henrique relatou que o acusado foi preso nove dias após o crime, em Campina Grande, no município de Cariacica, e confessou o homicídio de maneira fria e sem qualquer remorso. "Ele inclusive mencionou que os materiais usados no crime, como o fio e a pedra, pareciam ter sido colocados por intervenção divina, como se Deus tivesse preparado o cenário para que ele cometesse o crime", disse o delegado.
De acordo com o delegado, durante o interrogatório, o acusado deu gargalhadas, o que demonstra total desrespeito pela vida humana. “Ele zombava da situação, gargalhava o tempo todo, tentando provocar uma reação da equipe, mas mantivemos o profissionalismo para realizar o interrogatório de maneira correta”, acrescentou o adjunto da DHPP da Serra.
O réu foi indiciado e denunciado pelos crimes de homicídio qualificado pelo motivo torpe, uma vez que ele se valeu da morte de Antoniel para manter o tráfico de drogas na região, bem como por assegurar o exercício do tráfico de drogas, ocultação de cadáver e corrupção de menores. Ele se encontra detido no sistema prisional capixaba.
O adolescente responderá por ato infracional análogo aos crimes de homicídio qualificado pelo motivo torpe e ocultação de cadáver.
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