A Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) cumpriu, nessa terça-feira (22), dois mandados de busca e apreensão e apreendeu dispositivos eletrônicos em uma empresa que presta serviços de iluminação pública em diversos municípios do Estado, investigada por invadir, remotamente, o e-mail de uma concorrente.
A empresa investigada tem sede no município da Serra e a vítima é sediada em Vitória. "O que me chamou atenção nesta investigação é justamente essa espionagem empresarial, em que um indivíduo obtém informações através de uma invasão remota em dispositivos eletrônicos", disse o delegado-geral, José Darcy Arruda.
As investigações tiveram início em 2019, quando a empresa vítima procurou a DRCC, relatando suspeitar de fraudes em licitações públicas. No relato, o responsável pela empresa afirmou que, desde 2017, vinha perdendo todas as concorrências das quais participava, ficando sempre em segundo lugar. A vencedora era sempre uma companhia concorrente. Além disso, o empresário constatou que, em seu e-mail corporativo, havia um dispositivo eletrônico logado, cuja origem ele desconhecia.
"No decorrer das investigações, constatamos que o dispositivo desconhecido era um tablet que estava conectado ao wi-fi da empresa que vencia as licitações. Solicitamos os mandados de busca e apreensão e hoje encontramos o referido tablet, na sede da companhia investigada, em cima da mesa do gerente, com o e-mail logado na conta da empresa vítima", explicou o titular da DRCC, delegado Brenno Andrade.
O equipamento foi apreendido e será periciado. Ao longo de três anos, a instituição vítima calcula um prejuízo de R$ 60 milhões, somando todas as licitações nas quais ficou em segundo lugar. A suspeita é que a empresa investigada teve acesso aos valores que a vítima iria ofertar nos processos licitatórios, conseguindo oferecer valores menores e vencer os certames.
"As investigações continuam. A gente já analisou que ocorreu uma invasão a dispositivo e a investigação continua para apurar possíveis fraudes em licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa", afirmou o titular da DRCC.
Texto: Camila Ferreira
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