Governo do Estado do Espírito Santo
27/05/2025 10h12 - Atualizado em 27/05/2025 15h02

PCES divulga resultado da Operação ‘Baest’ que desarticulou núcleos criminosos e bloqueou R$ 104 milhões

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), divulgou, na última terça-feira (20), o resultado final da Operação “Baest”, deflagrada no dia 14 de maio. Durante a operação, foram apreendidos diversos objetos e veículos de luxo, além de registradas imagens de residências de alto padrão em toda a Grande Vitória.

A ação contou com o apoio da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), da Subsecretaria de Inteligência (SEI), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), do Departamento Especializado de Narcóticos (Denarc) e da Superintendência de Inteligência e Ações Estratégicas (Siae), além do suporte operacional e logístico do Projeto I.M.P.U.L.S.E — inserido no Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

A ação foi realizada de forma simultânea nos estados do Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, com o objetivo de investigar a atuação de diversos indivíduos em crimes, como lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de drogas.

A operação contou com a participação de mais de 100 policiais civis de todo o País e resultou no cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão, 29 bloqueios de contas bancárias, totalizando aproximadamente R$ 104 milhões, além de 17 mandados de sequestro de bens móveis e imóveis. No Espírito Santo, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão nos municípios de Vitória, Serra, Vila Velha e Guarapari.

Durante coletiva de imprensa, o delegado-chefe da PCES, José Darcy Arruda, destacou a atuação da Sesp: “O delegado da Subsecretaria de Inteligência da Sesp, doutor Romualdo, deu início a todo esse trabalho quando era nosso coordenador do Ciat, idealizando a operação. Nós investimos, demos as condições necessárias para as ações e, hoje, estamos colhendo os frutos desse trabalho.”

O subsecretário de Estado de Inteligência, Romualdo Gianordoli Neto, também explicou a origem da investigação: “Em 2021, realizamos uma ampla operação contra o Primeiro Comando de Vitória, a partir da análise de materiais do ‘Marujo’. Naquela ocasião, prendemos vários indivíduos, inclusive o fornecedor de drogas e armas, um homem de 21 anos, conhecido como ‘Baer’, ex-agente penitenciário. O ‘Marujo’ se comunicava com o ‘Baé’, mas quem estava abaixo dele não o conhecia. Por sua vez, o ‘Baé’ tinha seus próprios fornecedores, que o ‘Marujo’ também não conhecia. Ele mantinha diversos contatos nas fronteiras e enviava dinheiro para a Bahia e o Mato Grosso do Sul, fato descoberto durante as investigações.”

As investigações se intensificaram em 2022 e, no início de 2023, foi instaurado um processo judicial que permitiu a análise de dados bancários. Com isso, foi identificada a existência de diversos núcleos criminosos, tendo “Baé” como ponto central de articulação. Esses núcleos eram compostos por pessoas sem vínculos diretos entre si, mas que atuavam principalmente na lavagem de dinheiro, utilizando diferentes técnicas.

O coordenador do Ciat, delegado Alan de Andrade, detalhou os métodos utilizados: “Eram realizadas várias técnicas de lavagem, principalmente com imóveis, veículos e a prática conhecida, como ‘smurfing’. No caso dos imóveis, eles compravam um bem com valor real de R$ 1 milhão, mas declaravam apenas R$ 100 mil, formalizando toda a documentação com esse valor fictício. Com veículos, a prática era semelhante.”

Segundo Andrade, outra técnica identificada foi o ‘smurfing’, que consiste no fracionamento de depósitos para evitar a detecção automática. “Depósitos acima de R$ 5 mil geravam alertas automáticos ao Coaf, então os envolvidos faziam diversos depósitos de valores menores. Além disso, realizavam lavagem de dinheiro por meio de títulos de capitalização, efetuando pagamentos em pequenos valores, que eram posteriormente reintegrados ao sistema financeiro sem levantar suspeitas”, explicou o delegado.

 

Assessoria de Comunicação Polícia Civil
Comunicação Interna – (27) 3198-5832 / 3198-5834

Informações à Imprensa:
Olga Samara / Matheus Foletto
(27) 3636-1536 / (27) 99846-1111 / (27) 3636-1574 / (27) 99297-8693
comunicapces@gmail.com  

 

 

 

2015 / Desenvolvido pelo PRODEST utilizando o software livre Orchard