A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio do 3º Distrito Policial de Vitória e com apoio da Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES), da Vigilância Sanitária de Vitória, do Conselho Regional de Medicina (CRM) e do Conselho Regional de Biomedicina (CRBM), deflagrou a operação "Ponto Cirúrgico", no dia 27 de novembro, com o objetivo de cumprir um mandado de busca e apreensão em uma clínica situada no bairro Enseada do Suá, em Vitória.

As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa, que ocorreu na manhã desta terça-feira (10), na Chefatura da Polícia Civil, em Vitória.

A investigação teve início após uma vítima procurar a delegacia por meio de uma notícia crime informando que havia feito um procedimento estético na clínica que havia gerado deformidades permanentes em seu rosto. “Realizamos diligências e constatamos que o homem investigado, que é sócio administrador dessa clínica, não poderia realizar o procedimento. Ele é biomédico e não tem habilitação para fazer procedimentos invasivos, com incisões e cirurgias”, disse o titular do 3º Distrito Policial de Vitória, delegado Diego Bermond.

Durante a investigação, foi constatado também que biomédico estava com o registro do Conselho Regional de Biomedicina (CRBM) suspenso desde o mês de maio. E desse mês até novembro, quando foi alvo da operação policial, ficou demonstrado que ele realizou cerca de 600 atendimentos ou procedimentos na clínica.

Ao fim da primeira fase da operação, o homem de 39 anos foi indiciado por lesão corporal gravíssima, exercício ilegal da medicina e estelionato. O inquérito policial foi relatado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) que ofereceu denúncia em face do investigado.

“Agora, iniciamos a segunda fase da investigação, na qual temos ao menos seis supostas vítimas que também tiveram deformidades permanentes decorrentes de procedimentos estéticos realizados na clínica. Vamos apurar e coletar informações para conseguirmos aplicar a devida punição aos responsáveis”, destacou o delegado Diego Bermond.

Durante a diligência policial, foi realizada a interdição cautelar pela Vigilância Sanitária de duas salas da clínica, haja vista a falta de esterilização dos instrumentos cirúrgicos, bem como várias substâncias vencidas e sem a devida identificação da sua procedência foram apreendidas.

“Após nossa interdição, a clínica procedeu com a esterilização de todo esse equipamento, verificamos que estava de acordo e liberamos o funcionamento das salas. O restante dos produtos está apreendido aguardando o desfecho do processo administrativo sanitário que vai definir a destinação desses produtos”, disse a gerente da Vigilância Sanitária de Vitória, Viviani Barreto.

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