Você atende uma ligação telefônica e recebe informações de que seu cartão de crédito foi clonado e que o atendente precisa dos seus dados pessoais para bloquear seu cartão. Logo após, um motoboy vai até seu endereço, pega seu cartão que supostamente estaria cancelado e vai embora. Pronto, você foi mais uma vítima do “golpe do motoboy”.
Esse tipo de golpe tem ocorrido em diversos estados brasileiros, fazendo diversas vítimas, inclusive, no Espírito Santo. Em junho deste ano, no bairro Praia da Costa, em Vila Velha, duas vítimas registraram boletins de ocorrência informando que foram vítimas deste golpe. Os casos estão sendo investigados pelo titular do 6º Distrito Policial, delegado Érico Mangaravite.
O golpe
O primeiro caso aconteceu no dia 21, contra uma senhora de 70 anos. Ela recebeu uma ligação telefônica de um homem que se identificou como um funcionário de um banco em que ela tinha uma conta corrente. Ele disse que o cartão da vítima teria sido clonado e que alguém teria tentado fazer compras em uma cidade no interior de Minas Gerais, e a orientou a cancelar o cartão.
“Em seguida, o golpista disse que a vítima deveria transferir o dinheiro da sua conta para uma suposta "conta de segurança" do banco. A vítima, além de transferir aproximadamente R$ 10.000,00 para a conta (na realidade, a conta de um "laranja" utilizada pelo golpista), ainda efetuou o pagamento de um boleto no valor de R$ 5.000,00”, conta o titular do 6º Distrito Policial, delegado Érico Mangaravite
Nesse tipo de golpe, é comum os criminosos se passarem por funcionários de uma instituição bancária, ligando para as vítimas e informando que o cartão foi clonado ou que há compras suspeitas.
O outro caso foi no dia 28 contra uma mulher de 44 anos, mas este teve um desfecho diferente. O início foi o mesmo, o golpista ligou para ela e se identificou como sendo um funcionário de um banco e que o cartão da vítima teria sido clonado e que uma pessoa havia tentado fazer compras em um hipermercado e tentado sacar dinheiro em um caixa eletrônico e, novamente, orientou a vítima a cancelar o cartão.
Logo após, o golpista disse que a vítima deveria escrever uma carta de próprio punho, e entregá-la junto com o cartão para um prestador de serviços, que iria buscar o cartão de crédito e a carta na casa da vítima. A vítima, então, desconfiou e não manteve mais contato com o golpista e registrou o caso na delegacia.
Investigações
A Polícia Civil está atenta a este crime. Em setembro do ano passado, foi realizada uma operação com policiais da Divisão Especializada em Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP) e Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa). Um homem de 21 anos, que estava aplicando este golpe foi preso em flagrante. Durante a ocorrência, foram apreendidas 46 máquinas de cartão e aproximadamente R$ 3 mil em espécie.
“Este tipo de golpe já ocorre há alguns anos, com algumas variações. Quando há a ligação, o golpista tem diversos dados pessoais do correntista ou titular do cartão, e isso induz a vítima a acreditar na história contada pelo criminoso. A partir daí a vítima é convencida sobre as irregularidades do seu cartão. Por conta disso, seria necessário digitar diversos dados no telefone com o objetivo de efetuar o cancelamento do cartão”, conta o titular do 6º Distrito Policial, delegado Érico Mangaravite
Orientações
O delegado ainda ressaltou que os próprios bancos orientam aos clientes que, em caso de ligações assim, devem desligar o telefone e aguardar pelo menos 15 minutos para somente depois entrarem em contato com as Centrais de Atendimento, cujos números constam nos próprios cartões.
O Código de Defesa do Consumidor determina que o banco ou instituição financeira não pode solicitar dados confidenciais e nem o cartão do correntista. Por isso, outra orientação, é para as vítimas ligarem para as agências das quais são correntistas e relatar o fato.
Mas caso a vítima caia no golpe, a orientação é que elas registrem a ocorrência podendo comparecer pessoalmente a uma delegacia ou realizar o registro por meio da Delegacia Online, https://delegaciaonline.sesp.es.gov.br, para que a Polícia Civil tome ciência do caso e inicie as investigações.
Texto: Matheus Zardini
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