Governo do Estado do Espírito Santo
01/02/2023 12h26

CIAT da Polícia Civil auxiliou na prisão de 56 pessoas ligadas a facções criminosas em 2022

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), nesta terça-feira (31), apresentou os resultados obtidos no ano de 2022, por meio das análises do Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT).   As ações resultaram na prisão de 56 pessoas, apreensão de oito armas, 1.469 pinos de cocaína, 587 buchas e 16 tabletes de maconha, 805 gramas de crack, 16 frascos de lança perfume, 104 pinos de cocaína com 35 porções grandes de haxixe, além de dois veículos avaliados em R$ 420 mil e R$ 53 mil.

Criado a partir da necessidade prática de realizar análise de dados telemáticos, o Centro de Inteligência e Análise Telemática foi regulamentado pela Instrução de Serviço º 5127-R, de 12 de abril de 2022. A partir dos levantamentos realizados por meio das análises telemáticas do CIAT, foi possível identificar pessoas ligadas a grupos criminosos no Estado do Espirito Santo e mapeamento das localidades de atuação, contribuindo para importantes Operações no ano de 2022.

“O CIAT demonstrou sua efetividade e produção de conhecimento e provas a partir do uso dessa tecnologia. Utilizando o CIAT, identificamos toda a cadeia de comando da principal organização criminosa do Estado, prendendo 56 indivíduos. Um trabalho bem feito, que vem a beneficiar a população em diversas esferas”, declarou o delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda.

A primeira Operação realizada com utilização desses dados foi deflagrada pelo Departamento Especializado de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), a Sicário I. As equipes realizaram análise de dados telemáticos da conta do usuário, utilizada em determinado período, pelo foragido da Justiça mais procurado o Estado do Espírito Santo, Fernando Moraes Pereira Pimenta, vulgo Marujo.

A primeira fase da Operação Sicário aconteceu em novembro de 2021, em bairros do município de Vitória, e resultou na prisão de 24 indivíduos e indiciamento de outros 19. Todos integrantes da principal organização criminosa em atuação no Espírito Santo, conhecida como Primeiro Comando de Vitória (PCV).

“Nessa primeira parte da Operação, foi possível compreender a estrutura organizacional da Organização Criminal ‘PCV’, com identificação de pessoas que exercem funções de olheiro, vapor, soldado do tráfico, gerente do tráfico, distribuidor de droga, contador, recolhedor de dinheiro, ou outras atividades de mais confiança, bem como compreender a forma de atuação dos criminosos dentro do Complexo da Penha”, disse o superintendente de Polícia Especializada, delegado Romualdo Gianordoli.

Com o desdobramento da Operação Sicário I, outras ações e análises de dados possibilitaram a identificação de advogados que trabalhavam a serviço dos grupos criminosos, compreensão da relação desses grupos com outras facções atuantes no Estado do Rio de Janeiro, que permitiram a materialidade para pedidos de prisão ou indiciamento dos envolvidos.

Segundo Romualdo, partindo da análise telemática com intuito de compreender a facção liderada pelos dos ‘Irmãos Vera’, foi deflagrada em março de 2022 a Operação Sicário II, no Morro do Macaco, em Vitória, que obteve a marca de Operação com maio número de presos em uma única fase, que contou com o trabalho operacional integrado entre as forças de segurança: Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), Secretaria da Justiça (Sejus), Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), Poder Judiciário e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

“Por meio da extração de dados dos aparelhos celulares dos alvos das Operações Policiais, o CIAT assegurou a compreensão de como atuava a Organização Criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), no âmbito de atuação dos Irmãos Vera, com identificação de pessoas que exercem funções de olheiro, vapor, soldado do tráfico, gerente do tráfico, distribuidor da droga, contador, recolhedor do dinheiro, ou outras atividades de maior confiança dentro da facção e, ainda, identificação de pessoas atuantes no crime de lavagem de dinheiro”, disse.

Com os serviços de inteligência, foram realizadas ainda, ao longo do ano, investigações financeiras, que são provenientes das investigações iniciadas com a extração de dados de celulares, com o qual são obtidos indícios de lavagem de dinheiro.

Balanço

No ano de 2022, com auxílio dos dados obtidos por meio de análise no CIAT, um total de 56 pessoas foram presas. Durante as operações, foram apreendidas oito armas, 1469 pinos de cocaína, 587 buchas e 16 tabletes de maconha, 0,805 quilos de crack, 16 frascos de lança perfume, 104 pinos com 35 porções grandes de haxixe, além de dois veículos avaliados em R$ 420.0000, 00 e R$ 53.312,00 mil em espécie.

 

Operações deflagradas a partir do serviço de Inteligência do CIAT

 

Operação Carcass: Iniciada em 14 de junho de 2022, teve foco no Primeiro Comado de Vitória (PCV), e por meio dela, identificou nomes proeminentes, como Raul dos Santos Pimenta (primo de Marujo e maior vendedor de LSD da facção), Raphael Vicente Figueiredo, vulgo “CABEÇÃO”, chefe in loco do tráfico da Grande Terra Vermelha, dentre outros.

A operação Carcass teve uma ramificação em Cariacica, onde foram descobertos fornecedores de drogas e armas dos bairros Itanguá, Operário e Vale dos Reis.

Saldo: 15 presos, armas e drogas apreendidas. 21 criminosos indiciados e efetivamente denunciados pelo Ministério Público (ou seja, são réus em Ação Penal);

 

Operação Obituary: Início em 21 de julho de 2022 e teve foco no Terceiro Comado Puro (TCP), mais especificamente a facção que comanda o bairro Pingo Dágua e beco do Alemão, em Alecrim, Vila Velha. Nela, foi preso o grande líder da facção, Wende Oliveira de Almeida, que foi preso em um condomínio de luxo em Itapuã. Também foram identificados e cumpridos mandados em uma distribuidora de bebidas e uma loja de roupas femininas, que servia para lavar o dinheiro ilícito da facção.

 

Saldo: 11 presos, armas e drogas apreendidas. 15 criminosos indiciados e efetivamente denunciados pelo Ministério Público (ou seja, são réus em Ação Penal);

 

Operação Sicário 3: Foi iniciada em 05 de agosto de 2022, tendo como foco a Organização Criminosa que domina o Morro da Garrafa, Vitória, e se autodenominam Terceiro Comando Puro (TCP). Foram descobertas ramificações desses criminosos com bairros com Novo Horizonte e Cidade Continental, na Serra.

 

 Saldo: 12 presos, armas e drogas apreendidas. 26 criminosos indiciados e efetivamente Denunciados pelo Ministério Público;

 

Operação Sicário 4: Com início em 24 de agosto, teve foco no PCV, mais especificamente na parte que domina o morro de Jesus de Nazaré. Talvez a mais bem-sucedida em prisões qualitativas, pois foi preso seu chefe, Jeferson da Silva Ramos, vulgo “Morango”, e depois Alexandre Elias Pereira dos Santos, vulgo “Panguera”, que assumiu em seu lugar.

 

Saldo: 13 presos, armas e drogas apreendidas. 23 criminosos indiciados e efetivamente Denunciados pelo Ministério Público;

 

Operação Kreator: Iniciada em 08 de novembro de 2022, foi um prolongamento da OPERAÇÃO SICÁRIO 2, de 2021, porém, mais voltada à descapitalização da facção. Foram descobertas revendas de veículos para lavar dinheiro, sendo apreendidos veículos de luxo e grande patrimônio de origem ilícita.

 

Saldo: 5 presos, armas e drogas apreendidas. Inquérito Policial em fase de finalização.

 

Operação Marvilla: Para investigar o homicídio do perito Celso Marvilla. Foi deflagrada pela DHPP VILA VELHA, mas o CIAT fez a análise de cinco terabytes de dados, prestando um efetivo apoio e sendo crucial para o deslinde do caso.


Texto: Adriana Nascimento Amaral, Policial Civil - Seção de Imprensa e Comunicação Interna (Sicoi).


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