A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra prendeu, entre os meses de fevereiro e maio desse ano, três homens, dois de 19 anos e um de 26 anos, acusados de serem autores do homicídio de Lucas Dias Ribeiro, de 27 anos, e de uma tentativa de homicídio contra o amigo dele, um homem de 32 anos. A vítima foi assassinada a tiros em uma via muito movimentada, no dia 25 de maio do ano passado, no bairro Parque Residencial Laranjeiras, na Serra.
De acordo com o titular da DHPP da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, as investigações tiveram início no dia do crime, com a verificação das câmeras de vídeomonitoramento tanto do local do crime quanto das redondezas.
Assim, observando as imagens, que também mostraram o exato momento da execução da vítima, os policiais civis conseguiram identificar o modelo e a placa do veículo utilizado no crime. Ao consultar a placa do carro, a equipe da DHPP da Serra chegou a informação de que o veículo havia sido roubado cerca de 40 minutos antes do crime, no bairro Jacaraípe, também na Serra.
“De posse das imagens, do depoimento de testemunhas e da vítima sobrevivente e de denúncias, conseguimos chegar até a autoria dos três indivíduos que participaram do crime e efetuar as prisões”, informou o titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Rodrigo Sandi Mori.
Os três confessaram a participação no crime e foram indiciados por homicídio qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima e também por tentativa de homicídio com as mesmas qualificadoras. Todos são réus em ação penal que tramita no Poder Judiciário.
O Crime
De acordo com o delegado, a vítima, Lucas Dias Ribeiro, de 27 anos, já tinha passagens pela polícia por tráfico de drogas e era usuário, mas estava trabalhando como porteiro.
No dia do crime, a vítima e um amigo se dirigiram ao bairro Chácara Parreiral para comprar drogas para o próprio consumo. Momento em que chegaram a um local de intenso tráfico de drogas no bairro, a vítima desceu da motocicleta e foi ao encontro dos traficantes, enquanto seu amigo ficou junto da moto, esperando ele voltar.
Como a vítima e seu amigo demoraram cerca de 40 minutos no ponto de drogas, os traficantes locais começaram a desconfiar da atitude deles e acharam que eles estavam ali escoltando a boca de fumo.
“Na gíria deles, escoltar significa mapear a localidade no sentido de verificar quantos traficantes e armas existem no local, para um ataque posterior”, frisou o delegado.
Rodrigo Sandi Mori destacou ainda que, de acordo com as investigações, este não era o objetivo da vítima e seu amigo, que foram até o bairro para comprar drogas e ficaram conversando, quando os outros traficantes desconfiaram da situação e avisaram os suspeitos do crime, que estavam chegando ao bairro em um carro roubado. Os integrantes do veículo, então, localizaram a motocicleta e iniciaram uma perseguição pelas ruas do bairro Chácara Parreiral.
“Quando os dois jovens que estavam na moto saíam da rua que dá acesso ao bairro Parque Residencial Laranjeiras, foram surpreendidos pelo veículo que bateu na traseira da moto, fazendo com que ela colidisse com um portão de uma casa do bairro. Foi nesse momento que o suspeito de 19 anos, que estava no banco do carona do carro, efetuou três disparos no homem que estava na garupa da moto que, mesmo alvejado nas costas, conseguiu correr e sobreviver a ação. E depois, foram mais oito disparos que atingiram as costas da vítima, que veio a óbito no local”, detalhou Sandi Mori.
Segundo o delegado, esses traficantes roubam veículos para utilizar em homicídios e depois os abandonam para dificultar a investigação policial.
Texto: Victória Meireles, estagiária da Seção de Imprensa e Comunicação Interna (Sicoi).
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