A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio do 11° Distrito Policial, concluiu a investigação sobre a morte de duas crianças, de 05 e 06 anos, durante um incêndio em uma residência, no dia 16 de agosto de 2021, no bairro das Laranjeiras, na Serra. As informações foram divulgadas em entrevista coletiva na tarde dessa segunda-feira (14), na Chefatura de Polícia Civil.
De acordo com o responsável pelo caso, delegado Rodrigo Rosa, titular do 11° Distrito Policial, o que ocasionou a morte das crianças foi uma fatalidade e a investigação descartou qualquer tipo de violência que elas poderiam ter sofrido. “O laudo cadavérico foi bem conclusivo em apontar que não houve outras lesões nas crianças, além das causadas pelo fogo. Elas morreram, infelizmente, pela carbonização”, informou.
O delegado Rodrigo Rosa informou ainda que, de acordo com os laudos da PCES e do Corpo de Bombeiros Militar (CBMES), havia uma série de irregularidades na parte elétrica da casa, como ligações clandestinas sem proteção e muitas emendas, que acabaram ocasionando uma sobrecarga, dando início ao incêndio.
A perícia constatou que o fogo começou nas instalações elétricas e se alastrou para um guarda-roupa. Os peritos verificaram, ao chegar no local, que havia uma rachadura na parede e que dessa rachadura saíam algumas fuligens. Então, eles resolveram abrir a parede e verificaram que toda a tubulação por onde passava a fiação da casa estava derretida, sendo consumida totalmente pelo fogo.
Após verificarem as tomada e instalações elétricas do quarto, os peritos constataram que o fogo teve início na fiação dentro da parede. “O incêndio começou na fiação elétrica que estava dentro da parede e se propagou pelo restante do quarto. Havia um guarda-roupa em frente à tomada, e, possivelmente, depois que esse material entrou em ignição, ele escorreu e chegou até ao guarda-roupa. Como o móvel era de um material altamente combustível e, com as roupas que estavam dentro, isso acabou facilitando para que o fogo se propagasse” explicou o perito Oficial Criminal Fernando Colnago.
O perito destacou ainda que, cerca de dois dias antes do ocorrido, a fiação elétrica já havia apresentado sinais de sobrecarga. “Houve alguns relatos de que teve um princípio de incêndio na geladeira da residência, dois dias antes. Isso mostra para a gente que de fato a casa estava em sobrecarga. Além disso, não havia nenhum tipo de sistema de proteção na residência. Havia uma ligação clandestina e essa ligação era direta, sem passar por nenhum tipo de disjuntor”, disse Colnago.
Nesse caso, como acrescentou o delegado, não cabe indiciamento, visto que o que aconteceu foi uma fatalidade. Entretanto, a ligação clandestina indica furto de energia. “O furto de energia é uma situação diferente do inquérito instaurado. Nós agora, com o laudo e a notificação da concessionária de energia elétrica, vamos tentar descobrir quem realmente fez aquele tipo de ligação. Não podemos afirmar que foram os moradores da casa, pois não sabemos se eles tinham conhecimento daquela fiação”, complementou o delegado Rodrigo Rosa.
Texto: Victória Meireles, estagiária da Seção de Imprensa e Comunicação Interna (Sicoi).
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