Um homem de 46 anos, a esposa dele de 40, e a filha do casal de 21 anos, foram indiciados por estelionato e maus tratos a animais, pela Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). O delegado responsável pelo caso também representou pela prisão preventiva dos três investigados. O inquérito policial instaurado em janeiro deste ano, foi concluído essa semana e remetido ao Ministério Público.
As investigações começaram depois da descoberta de um apartamento, em Vila Velha, onde 14 cães foram encontrados em estado de abandono. Onze tinham morrido, e os sobreviventes se alimentavam desses restos. A moradora do imóvel, inicialmente, foi dada como desaparecida pelos pais, que chegaram a afirmar que ela era dependente química. Durante as investigações, o titular da DPMA delegado Eduardo Passamani, descobriu que ela não tinha desaparecido, mas estava sendo escondida pelos pais, que participavam do esquema criminoso.
As apurações foram realizadas juntamente com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Maus Tratos, da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) e, logo no início, indicaram que não se tratava de simples situação de abandono. A família também mantinha uma chácara, na Serra, onde afirmava abrigar os animais abandonados e pedia doações pelas redes sociais para a manutenção do espaço. No dia 20 de janeiro, a polícia e a CPI dos Maus Tratos interditaram o local e resgataram 34 cães.
“Encontramos indícios de um esquema criminoso em que os animais eram resgatados, usados em divulgação nas redes sociais para aferição de dinheiro, porque eles recebiam doações, e os animais não eram tratados, o dinheiro não era destinado praquele fim. Eles eram encaminhados pro apartamento, onde eles vinham a morrer. Existem informações de que eles retiravam grande quantidade de lixo do apartamento e isso pode indicar que os animais morriam ali há tempos”, afirmou Passamani.
A CPI dos Maus Tatos realizou a oitiva de envolvidos no caso na tarde dessa quarta-feira (24), no entanto, os indiciados não compareceram. A presidente da Comissão, deputada estadual Janete de Sá, destacou que o trabalho conjunto é de extrema importância para a elucidação de crimes como este. “O objetivo é exatamente trazer esse debate, essa questão de forma transparente para a sociedade”, destacou deputada Estadual.
Texto: Camila Ferreira
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