Governo do Estado do Espírito Santo
04/06/2013 13h40 - Atualizado em 23/01/2017 21h27

Investimentos na Polícia Técnico-científica permitem esclarecer quatro casos de mortes por ecstasy no Estado

DSC04332DSC04332 Peritos da Polícia Técnico-científica da Polícia Civil do Espírito Santo comprovaram quatro registros de morte por uso de ecstasy na Região Metropolitana da Grande Vitória. Os casos, que aconteceram no ano passado, servem como alerta para os riscos provocados pelo entorpecente. Os investimentos aplicados pelo Governo do Espírito Santo na ampliação dos recursos tecnológicos utilizados pela perícia criminal também são fatores determinantes para resolução dos inquéritos.
 
A perita bioquímica toxicologista, Josidéia Barreto Mendonça, diz que os jovens que morreram com o uso da droga tinham entre 18 e 23 anos, eram estudantes e, de acordo com informações levantadas nos inquéritos policiais, teriam consumido o entorpecente em festas ou eventos sociais.
 
“O ecstasy é uma anfetamina com dupla classificação: estimulante e alucinógena. É uma droga ilegal, produzida em laboratórios clandestinos, sem nenhum controle farmacêutico, o que dá a incerteza do que se está ingerindo. Combinações com outras drogas e álcool agravam os quadros de intoxicação. A morte por overdose normalmente é provocada por arritmias, hipertensão, hipertermia maligna, convulsões, insuficiência renal e falência hepática aguda”, explica a perita.
 
Os efeitos da droga ocorrem em torno de 20 minutos do uso, e podem permanecer por 4 a 8 horas. Os efeitos alucinógenos levam a alteração dos sentidos, sensação de proximidade com as pessoas, euforia e empatia.
 
Tecnologia auxilia análises
 
Os recursos utilizados no Laboratório de Toxicologia da Polícia Técnico-científica foram fundamentais para analisar amostras de sangue das vítimas que apontaram a causa das mortes por uso do entorpecente.  O laboratório é um dos mais bem equipados no País, dispondo de três cromatógrafos gasosos, e um cromatógrafo líquido no valor de R$ 1 milhão, adquirido no ano de 2012 pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).
 
Os aparelhos permitem identificar substâncias em material biológico, mesmo em pequenas quantidades. “Com as análises podemos elucidar casos associados ao uso abusivo de drogas e fornecer uma resposta rápida e precisa à sociedade e, principalmente, às famílias que esperam que a perícia revele a verdade”, diz a perita.
 
Dos casos concluídos, dois são de jovens de 18 anos que consumiram a droga em festas raves realizadas no município de Vila Velha no mês de outubro de 2012. O primeiro caso constatado foi referente a um rapaz de 23 anos que havia ingerido o entorpecente em outra festa no município de Cariacica. O último caso foi registrado em Guarapari, tendo como vítima um jovem de 19 anos.
 
“Os jovens acreditam, em sua maioria, que o ecstasy não apresenta perigo. Mas há registros de reações adversas e até de mortes após sua ingestão, em outros países. No Espírito Santo conseguimos a comprovação das mortes por uso da droga devido aos equipamentos tecnológicos que adquirimos recentemente”, disse Josidéia.
 
Atualmente, análises rotineiras são realizadas no Laboratório de Toxicologia, tais como exames de alcoolemia, pesquisa de diversas drogas de abuso e fármacos, identificação de venenos, como os praguicidas, além de quantificação de substâncias nos casos suspeitos de overdose. “Esses exames toxicológicos são importantes para ajudar na elucidação de diversos crimes, como os de trânsito, homicídios, suicídios, estupro, crimes ambientais, envenenamentos, dentre outros casos”, explica Josidéia.
 
Apreensões de Ecstasy
 
De acordo com dados levantados pelo Laboratório de Química Legal da Polícia Técnico-científica da Polícia Civil, as apreensões de comprimidos de ectasy tem aumentado anualmente. Em 2011, 102 comprimidos foram apreendidos. Já em 2012, foram 986 unidades. De janeiro a março deste ano 283 unidades da droga sintética já foram apreendidas.
 
O delegado da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten), Diego Yamashita, explica o perfil dos usuários que consomem este tipo de droga e ressalta que ela não é encontrada em qualquer ponto de venda.
 
“Normalmente, o usuário do ecstasy também trafica o entorpecente. Em sua maioria, são jovens de classe média e classe média alta que consomem a droga em ambientes de festas, como as raves. Para autuação de tráfico de drogas, precisamos investigar a fundo de onde parte o tráfico. Para isso, montamos perfis falsos nas redes sociais para investigar os suspeitos que, normalmente, frequentam essas festas. Nossa estratégia é expedir mandados de prisão e prender o suspeito em casa, pois, dessa forma, conseguimos configurar o crime de tráfico devido a quantidade de droga encontrada”, conclui o delegado.
 
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