Policiais civis da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) realizaram nesta quinta-feira (16) uma operação em cumprimento ao mandado de prisão temporária de um homem de 27 anos, em Vila Velha. Ele é suspeito de cometer abusos sexuais contra a enteada dele, uma adolescente de 13 anos.

O titular da DPCA, delegado Érico Mangaravite, afirmou que as investigações começaram a partir da uma denúncia da avó materna da adolescente que procurou a delegacia, em agosto do ano passado, para registrar um boletim de ocorrência. “Na denúncia, a neta relatou para avó que, dias antes ela foi abusada sexualmente pelo padrasto. A partir disso, instauramos um inquérito para apurar o caso”, afirmou o delegado.

De acordo com o responsável pela investigação, a adolescente foi ouvida na delegacia, onde afirmou ter sofrido o primeiro abuso aos sete anos. “Ela nos contou que o padrasto levava a mãe dela ao trabalho e dizia que, em seguida, iria trabalhar, mas ele voltava para casa e cometia os abusos. Ele a ameaçava dizendo que se ela contasse o que ele fazia para alguém, mataria a mãe dela”, relatou Mangaravite.

A adolescente também revelou que aos 12 anos, ela novamente foi abusada pelo padrasto. “Nessa época, a mãe da vítima perguntou para ela se alguma coisa havia acontecido, mas a adolescente, com medo, não disse nada”, informou o delegado.

Depois do registro do boletim de ocorrência, a vítima foi morar com a avó, que afirmou que desconfiava do genro,  pois, de acordo com ela, o marido da filha sempre ‘ficava de olho em meninas novinhas’. “Quando a mãe da adolescente soube da denúncia, ela preferiu aguardar os resultados dos exames médicos para se manifestar”, afirmou o titular da delegacia.

De acordo com as informações fornecidas pela escola onde a adolescente estuda, a jovem apresentou mudanças no comportamento desde a época em que os últimos abusos ocorreram. “A adolescente chegou a faltar aulas logo após o registro da ocorrência, sendo descrita por profissionais da instituição de ensino como uma menina retraída e de comportamento exemplar”, disse Érico Mangaravite.

Durante as investigações, os policiais descobriam que a mãe do suspeito teria dito à avó da adolescente que ele já havia abusado sexualmente de outra menina e acreditava que a mãe da adolescente estava ‘iludida’ com ele. O laudo feito pelo Departamento Médico Legal (DML) constatou que a jovem não era mais virgem.

O suspeito foi encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV), onde permanecerá à disposição da Justiça pelos próximos 30 dias. “Durante esse período outras testemunhas serão ouvidas para detectar outras possíveis vitimas”, conclui o responsável pela DPCA. O suspeito responderá pelo crime de estupro de vulnerável cometido contra a enteada e, se condenado, poderá pegar uma pena de até 22 anos e seis meses de prisão.

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